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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:19:48 11/07/2023 |INFRAESTRUTURA

Ultima atualização: 13:05 17/10/2023

País precisa investir R$ 3,7 tri em infraestrutura nos próximos 10 anos, estima diretora do BNDES

  • Dado foi apresentado por Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática, em conferência nesta terça, 11 
  • Diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis, Natália Dias afirmou que, no mundo, gap de crédito para implementar a Agenda 2030 é de US$ 4 tri

 

O Brasil necessita de investimentos em infraestrutura da ordem de R$ 3,7 trilhões nos próximos 10 anos. A estimativa foi apresentada pela diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, na abertura da conferência “Ambição Brasileira: Infraestrutura e Transição Climática”, que o Banco promoveu nesta terça-feira, 11, em São Paulo.

O evento reuniu executivos e membros de conselhos de administração de empresas, organizações nacionais e internacionais, além de representantes dos setores industrial, de infraestrutura e energia e dos setores financeiro e jurídico, além de pesquisadores.

Em sua exposição, Costa chamou atenção para o cenário do aquecimento global, apresentou um panorama do desafio mundial e os gargalos em setores-chave da economia brasileira para uma transição energética em coexistência com a retomada imediata dos investimentos.

“Historicamente, o crescimento da emissão de CO2 está ligado ao crescimento do PIB per capita, principalmente nas economias desenvolvidas. Essa é nossa grande dificuldade”, disse. A diretora lembrou que, sem reduções imediatas, rápidas e em grande escala nas emissões de gases de efeito estufa, limitar o aquecimento a 1,5° C pode ser impossível.

A esse respeito, o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos, Nelson Barbosa, lembrou que já existem iniciativas em construção pelo Governo Federal e que contam com a participação do BNDES. Entre elas, sob coordenação do Ministério da Fazenda, está a formatação de um projeto de lei para regulamentar o mercado de carbono (definido e voluntário) e os limites para emissões e certificações no âmbito desse mercado. Segundo ele, o projeto deve ser colocado em consulta pública até agosto.

Barbosa também destacou um amplo plano de investimentos para o Brasil no âmbito do novo PAC, em construção pela Casa Civil, focado em finalizar os projetos paralisados, mas com diferenças importantes em relação ao PAC anterior, em três áreas: “Haverá concessões e PPPs; haverá mais investimentos em infraestrutura social, mais escolas, hospitais; e haverá mais infraestrutura ambiental  em eficiência energética, redução de emissão, descarbonização, concessões ou PPPs de manejo de florestas e de recuperação de áreas degradadas, transporte urbano e saneamento”. Ele afirmou que o BNDES tem participado das discussões e sugerido alternativas.

Entre as iniciativas de sua área, o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior, José Luis Gordon, destacou o lançamento do programa Brasil Mais Produtivo, no âmbito do CNDI e em parceria com Sebrae e Finep. O objetivo é capacitar mais de 200 mil pequenas empresas para a agenda de transformação digital, com reflexos em eficiência energética. Trata-se, segundo ele, do maior programa de aumento de produtividade da história do Brasil.

Gordon lembrou ainda que o BNDES vai poder operar com a agenda de inovação com TR, que é uma taxa mais barata, mais atrativa (hoje em torno de 2% mais spread do BNDES), para que o setor possa inovar. “Não é possível pensar um setor produtivo mais competitivo, que participe de uma agenda verde de descarbonização, de transição climática, sem pensar em inovação”, afirmou.

Para o presidente Aloizio Mercadante, que participou remotamente do evento, o compromisso do “BNDES do futuro” é trazer o Banco de volta para o desenvolvimento, o debate, a formulação e o investimento, o que já está acontecendo: “Temos uma perspectiva muito promissora para o segundo semestre. Nesses primeiros seis meses, tivemos um aumento de 209% nas consultas. Ao mesmo tempo, o desembolso já cresceu 21% no semestre”, revelou.

Ao mediar debate sobre papel impulsionador da infraestrutura nos investimentos para promoção da sustentabilidade, a diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natália Dias, fez uma reflexão sobre o déficit mundial de financiamento e os desafios da agenda de transição ambiental para uma economia de baixo carbono.

“Se olharmos a pandemia da Covid e todos os desafios que ela colocou, temos hoje um gap de financiamento para implementar a Agenda 2030 da ONU de cerca de US$ 4 trilhões. No ritmo atual de investimentos, privados e públicos, só vamos atingir essa agenda em 2100 e não temos tempo para isso”, afirmou. Para ela, é importante pensar a revisão do papel de bancos públicos e bancos de desenvolvimento (BDs), como o BNDES, para enfrentar esse desafio.

A integra do evento desta terça pode ser assistida no canal do BNDES no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=n9zKkpn5VVA. A apresentação detalhada da diretoria de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES pode ser baixada aqui: https://www.bndes.gov.br/arquivos/apresentacao-abertura-conferencia.pptx