Aviso: Utilizamos dados pessoais, cookies e tecnologias semelhantes de acordo com nossos Termos de Uso e Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Por: Agência BNDES de Notícias
Publicação:05:06 09/11/2024 |MEIO AMBIENTE
Ultima atualização: 16:38 09/11/2024
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou, em apenas sete meses, cerca de R$ 7,3 bilhões para operações do programa BNDES Fundo Clima. O valor corresponde a 70% dos aproximadamente R$ 10,4 bilhões aportados pela União ao BNDES, em abril, para o financiamento de projetos de mitigação da mudança climática e dos seus efeitos. Vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e gerido pelo BNDES, o Fundo é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima do Governo Federal.
Os R$ 7,3 bi aprovados correspondem a 2,5 vezes todas as aprovações da história do Fundo Clima de 2013 a 2023 (R$ 3 bilhões, a valores de hoje). Os dados foram apresentados essa semana em Brasília, na 36ª Reunião Ordinária do Comitê Gestor do Fundo Clima. Além do BNDES e do MMA, outros 13 ministérios compõem o Comitê, formado ainda por integrantes da sociedade civil, da academia, dos trabalhadores, da indústria e da agricultura.
“O BNDES está empenhado integralmente na indução do desenvolvimento sustentável e na mitigação dos efeitos climáticos, prioridades no governo do presidente Lula. Foram R$ 7,3 bilhões aprovados para energia eólica, solar e biogás, mobilidade urbana, eletrificação de frota de ônibus, VLT, além de financiamentos à indústria verde e a projetos de florestas nativas. Tudo isso com a geração de mais de 15 mil empregos verdes”, explicou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo o presidente do BNDES, a demanda de R$ 167 bilhões para projetos de produção de combustíveis sustentáveis – incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis para navegação, por exemplo, – dão a medida do potencial do mercado e da oportunidade do Brasil em liderar o processo global de descarbonização.
“Somos líderes globais da agenda de biocombustíveis há mais de 50 anos e a demanda para entrarmos nos combustíveis sustentáveis está muito forte. Por isso, precisamos, pelo menos, dobrar os recursos do Fundo Clima, como já está previsto no orçamento do ano que vem”, afirmou Mercadante, destacando que do Fundo é um instrumento fundamental, que, além de descarbonizar a economia, gera empregos de qualidade no país.
Os recursos do Fundo são destinados a projetos de desenvolvimento urbano resiliente e sustentável, transição energética (como energia solar e biocombustíveis), eletrificação da frota pública de ônibus, transporte hidroviário e investimentos verdes relacionados à indústria.
“O balanço, mesmo parcial, demonstra que o Fundo Clima apresentou uma mudança de escala, tanto de recursos quanto de desempenho. O BNDES aprovou, em sete meses, duas vezes e meia, tudo que foi feito em sua história. E devemos chegar em R$ 10 bilhões de aprovação este ano, o que refletirá também e num impacto socioambiental ainda mais positivo”, disse a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, que apresentou o balanço da gestão do Fundo ao Comitê.
Impacto socioambiental – As operações aprovadas de abril a outubro evitam ou removem 3,3 milhões de toneladas de CO2-equivalente por ano, o que representa 16 vezes o total de emissões evitadas em 2023 (204 mil tCO2e/ano) Para termos uma idéia, estes valores representam cerca de 63% de emissões para os voos domésticos brasileiros e 79% das emissões das motocicletas brasileiras.
O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, afirmou que a ampliação dos recursos do Fundo Clima fortaleceu investimentos na transformação ecológica, na transição energética e na bioeconomia, o que é necessário para que o Brasil descarbonize a sua economia e conserve o seu ,ambiente. Ele destacou que, tão importante quanto captar, é fazer o recurso chegar aos executores das ações.
“Foi muito importante mostrar para os conselheiros do Fundo Clima e para toda a sociedade o esforço feito pelo BNDES de ter conseguido colocar já em processo mais de 7 bilhões dos 10 bilhões disponíveis. Isso é sensacional, porque junta recursos com execução. O que nós queremos é a transição energética, a transformação ecológica. Para isso, o recurso tem que chegar na ponta”, afirmou Capobianco.
Ao apresentar um salto nas aprovações dos recursos, Fundo Clima também multiplicou a geração de empregos verdes. As operações aprovadas neste ano, até o mês passado, geraram 15,2 mil empregos permanentes, cerca de 20 vezes os 753 postos de trabalho criados pelas operações de 2023.
Alcance regional – Além de ampliar a escala, o Fundo Clima ampliou seu alcance nas regiões Norte e Nordeste. No Nordeste, o valor aprovado nestes sete meses foram 19 vezes maiores que as aprovações de 2022: foi R$ 1 bilhão em 2024, contra R$ 51 milhões em 2022).
O esforço do BNDES pela desconcentração regional e originação de novos projetos estruturantes com recursos do Fundo Clima resultou em agendas conjuntas com os consórcios Brasil Verde (AC, BA, ES, GO, MG, MS, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RS, SE e SP) e Amazônia Legal (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO).
Carteira – Além dos R$ 7,3 bilhões aprovados, o BNDES tem R$ 2,7 bilhões em operações do Fundo Clima a serem deliberadas pelas alçadas decisórias ainda neste ano. Já a demanda apresentada para o orçamento do Fundo Clima de 2025 já somam cerca de R$ 11,5 bilhões.
No ano passado, mesmo com boa parte dos recursos aprovados tendo entrado só no segundo semestre, o BNDES conseguiu desembolsar R$ 692 milhões, mais que o quádruplo dos R$ 170 milhões desembolsados em 2022. O Banco alavancou em 2023 investimentos 4,6 vezes superiores ao valor concedido de financiamento com recursos do Fundo Clima.