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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:11:53 28/03/2024 |INDÚSTRIA |INOVAÇÃO |SUL

Ultima atualização: 14:32 28/03/2024

Reprodução Be8

Com R$ 729,7 mi, BNDES financia produção de etanol a partir de cereais de empresa gaúcha

  • Com sede em Passo Fundo, Be8 implantará fábrica com estimativa de produção anual de 209 milhões de litros de etanol

  • Parte do financiamento ocorre no âmbito do Programa BNDES Mais Inovação


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 729,7 milhões para a Be8, para a construção de fábrica de etanol e farelo a partir do processamento de cereais (trigo, triticale e milho, entre outros) em Passo Fundo (RS). Do total, R$ 500 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação.

A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina), ou hidratado (consumo direto), e terá capacidade de 209 milhões de litros/ano, o que equivale a 20% da demanda do Rio Grande do Sul, que hoje tem que importar o produto de outros estados. A nova fábrica vai processar 525 mil de toneladas por ano de cereais para produção de etanol e farelo DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português).

A adequação do investimento da Be8 ao programa de inovação do Banco se deu pelo projeto prever a construção de planta pioneira de produção de biocombustível a partir de matérias-primas que ainda não haviam sido utilizadas para esse fim no Brasil como trigo e triticale, entre outros.

 

Planta internaPlanta interna da nova fábrica de etanol e farelo a partir do processamento de cereais (trigo, triticale e milho, entre outros) em Passo Fundo (RS). Reprodução B8

 

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destaca que o Brasil tem papel central na execução de projetos para a transição energética, especialmente no setor de biocombustíveis. “Vivemos uma janela histórica de oportunidades e o BNDES vem contribuindo de maneira significativa para a inovação na indústria, para que ela se torne mais verde e sustentável”, afirma.

“O projeto reúne diversos elementos de inovação e bioeconomia que constam na nova política industrial do presidente Lula: a produção nacional de biocombustível, a utilização de novas matérias-primas, como o trigo, e a consequente redução na emissão de poluentes na atmosfera”, explica o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon. De acordo com o diretor, o projeto inclui ainda o reuso de resíduos e a eliminação do lançamento de efluentes líquidos.

Em sintonia com a Nova Indústria Brasil, o Programa BNDES Mais Inovação oferece custo atrelado à taxa referencial (TR) para projetos de inovação e digitalização como iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e plantas pioneiras alinhadas às missões da Nova Política Industrial brasileira.

“Este financiamento pelo Programa BNDES Mais Inovação é muito importante por reconhecer este investimento como uma iniciativa arrojada, com muita inovação, que também vai representar um incremento na oferta de farelo DDGS para as cadeias produtivas de proteínas animais, além de promover investimento em desenvolvimento de tecnologia genética para produção de trigo específico para matéria-prima de etanol”, disse Erasmo Carlos Battistella, Presidente da Be8. Ele destacou o fato de ser também uma oportunidade viável de renda para o agricultor com a cultura de cereais de inverno.

Empregos – Com o projeto, a Be8 vai gerar cerca de 220 empregos diretos na fase de operação, após a conclusão da obra. Serão criados também 700 empregos durante a fase de implantação do projeto, com preferência à contratação de mão de obra local, promoção de treinamento e capacitação especializada para manutenção e operação da unidade. Para isso, a Be8 está estruturando, com instituições de ensino, cursos de formação técnica e de aperfeiçoamento profissional com o objetivo de desenvolver e formar profissionais qualificados para a nova fábrica e demais processos industriais da empresa.

A unidade contará com autoprodução de energia elétrica com cogeração a partir de biomassa e a oferta de energia excedente será disponibilizada na rede de distribuição do município. Não haverá lançamento de efluentes líquidos, que serão utilizados para produção de vapor no processo de produção.

Melhoramento genético – A Be8 estabeleceu para o projeto da usina uma parceria com a Embrapa-Trigo (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para desenvolver cultivares de triticale para biocombustíveis, pois apresenta grande potencial para abastecer as usinas de produção de etanol, já que possui elevado teor de amido, elevada atividade amilolítica, principalmente α-amilase, fundamental na sacarificação do amido.

Outra parceria envolve a Biotrigo Genética, empresa líder de melhoramento genético do trigo na América Latina. A empresa desenvolveu duas cultivares de trigo exclusivas para produção de etanol. As variedades, por possuírem elevados níveis de amido, são ideais para a produção do biocombustível.

Farelo – O farelo DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português), obtido imediatamente após o processo fermentativo de produção de etanol. Esse é um importante coproduto do processo de fermentação de grãos, com grande potencial de utilização para produção de rações animais destinadas à cadeia de produção de alimentos.

 

Unidade da Be8 em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Foto Be8Unidade da Be8 em Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Reprodução Be8