Aviso: Utilizamos dados pessoais, cookies e tecnologias semelhantes de acordo com nossos Termos de Uso e Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.
Por: Agência BNDES de Notícias
Publicação:19:06 03/08/2020 |MERCADO DE CAPITAIS |MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS
Ultima atualização: 13:05 17/10/2023
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pré-selecionou 12 propostas em sua chamada pública para fundos de crédito com foco em micro e pequenas empresas, além de microempreendedores individuais. Dessa seleção inicial, dez devem ser contratadas. As propostas pré-selecionadas incluem empresas de destaque no mercado, como PagSeguro, Cielo, Magalu, XP e B2W, além de fintechs como Finpass e Biz Capital. O anúncio foi feito pelo diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto, Bruno Laskowsky, durante uma transmissão no canal da instituição no Youtube nesta segunda-feira (3).
O BNDES, por meio dos fundos, apoiará com até R$ 4 bilhões soluções que ofereçam empréstimos por meios alternativos para pequenos negócios, ajudando a diversificar as fontes de recursos para esse público e melhorar seu acesso ao crédito. Para tanto, serão utilizados instrumentos como fintechs ou sistemas de pagamento digital (como máquinas de cartões de crédito). Ao todo, 73 fundos se inscreveram para a seleção, o que demonstra interesse de investidores em ampliar crédito para as micro e pequenas empresas.
Bruno Laskowski reconhece a importância da medida no momento da crise, mas destaca seu papel estruturante. “O BNDES está ativamente buscando iniciativas para melhorar a economia do pais. A iniciativa dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) é uma inovação e ela vai neste contexto. Ela tem uma aplicação neste momento mais crítico da economia mas veio para ficar. Com ela, sinalizamos que a ampliação de nossos canais de acesso ao crédito faz parte da estratégia do Banco e estamos muito felizes com a repercussão que esse movimento dos FIDCs trouxe ao mercado”, declarou. “A gente entende que é muito importante trazer novas modalidades de acesso ao crédito, como fundos de crédito que, em adição ao sistema bancário, agrega recursos à economia”, complementou.
Dos 12 fundos, metade propõe oferecer crédito para a base de clientes de empresas a partir de plataformas eletrônicas, como sites de vendas ou sistemas de pagamentos eletrônicos, a exemplo das máquinas de cartão amplamente utilizadas por comerciantes. A expectativa é que o fornecimento de financiamento por canais digitais a clientes que já fazem parte da base dessas empresas dê agilidade ao processo. Com limite individual de até R$ 200 mil por cliente, 75% das operações desses fundos deverão ter prazo igual ou superior a nove meses (incluindo 60 dias de carência) e o custo efetivo total para o cliente final será inferior a 3,5% ao mês.
Já os outros seis fundos são estruturados por gestores registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e devem realizar operações de financiamento por meio de plataforma eletrônica própria ou de empresas parceiras, como fintechs, por exemplo. Nesse caso, as operações poderão ser de até R$ 2 milhões, 75% das delas deverão ter prazo igual ou superior a 12 meses (com 60 dias de carência) e o custo final para o tomador deverá ser menor do que 4% ao mês.
As propostas recebidas pelo BNDES foram avaliadas conforme critérios como menores custos e maiores prazos para o tomador final, além da quantidade de clientes beneficiados. Com isso, destacaram-se os fundos que apresentaram as melhores condições para o cliente final, maior solidez e melhor perspectiva de retorno para o BNDES.
Os fundos passarão agora pela fase de análise gerencial e jurídica, que consiste em uma avaliação mais detalhada com a finalidade de examinar se as propostas são viáveis e obedecem às normas vigentes. Durante esse processo, mais condições poderão ser negociadas e mais investimentos privados poderão ser captados. Caso haja desclassificação de alguma proposta ou algum proponente opte por não prosseguir com o processo, poderão ser chamados fundos que passaram pela fase inicial de priorização, observada a ordem de classificação.
Até 10 fundos poderão ser investidos, havendo a expectativa de que comecem a ser contratados em setembro. A partir daí poderão começar a disponibilizar crédito a clientes como o feirante carioca Achille Giglio Júnior, que recebe a maior parte dos pagamentos por meio digital: “Trabalho com cartões de crédito há uns cinco anos e com certeza meu faturamento aumentou. Hoje cerca de 70% das minhas vendas são pagas com cartões”, declarou.
Mais informações sobre a chamada estão disponíveis em: www.bndes.gov.br/fundoscreditompme.
Relação dos fundos selecionados:
Fundos Originadores
Fundos PMEs
MPMEs – Estima-se que no Brasil existam cerca de 13 milhões de MPMEs. Considerando-se também as pessoas que exercem atividade econômica individualmente, esse total pode ultrapassar 20 milhões. De acordo com o SEBRAE e a FGV, entre 2006 e 2019 as micro e pequenas empresas geraram cerca de 13,5 milhões de empregos, enquanto as médias e grandes fecharam 1,1 milhão de postos de trabalho. Apesar de as MPMEs serem responsáveis por quase 40% do PIB nacional, respondem por apenas 15% dos créditos ativos no Sistema Financeiro Nacional, segundo dados do Banco Central relativos a fevereiro de 2020. Isso significa que elas têm menor acesso a esse crédito mais tradicional proporcionalmente às maiores. A estruturação de fundos direcionados a essas empresas busca contribuir para corrigir esse desequilíbrio.
Chamada MPMEs – O BNDES estima alcançar até 100 mil empresas com esta iniciativa, que tem como foco qualquer empreendedor com acesso a um meio de pagamento, seja por meio de uma maquininha, por marketplace ou via fintech, mesmo que não seja bancarizado. A expansão do crédito por meio de canais alternativos é uma tendência mundial e está alinhada ao propósito social do BNDES. O BNDES poderá ter uma participação de até 90% do capital de cada fundo, observado o limite de R$ 500 milhões de cada. Os recursos deverão ser aplicados em negócios no Brasil. Entre as empresas que deverão ser beneficiadas estão restaurantes que vendem por meio de canais digitais – pessoalmente e por meio de delivery –, motoristas de aplicativos, pequenos comerciantes que operem com maquininhas.