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Por: Agência BNDES Notícias
Publicação:18:00 10/11/2020 |MEIO AMBIENTE
Ultima atualização: 13:05 17/10/2023
Conduzida pelo presidente Gustavo Montezano, a websérie BNDES Verde lançou mais um episódio no Canal do BNDES no Youtube, nesta terça-feira, 10. Com o tema “Experiência internacional na concessão e preservação de parques naturais e florestas”, o debate contou com a participação de Jo Pendry, ex-chefe de concessões de parques do US Park Service e consultora de parques do Banco Mundial, e de Jim Barbarok, codiretor da Colorado State University.
Montezano pediu a Barbarok informações sobre a indústria de concessões de parques, que poderiam ser aplicadas no Brasil. O representante da universidade do Colorado usou exemplos da América Latina e de outros países que tiveram resultados bons e ruins, mas que lhes serviram de experiência. Entre eles citou Argentina e Chile, que, como Estados Unidos, Canadá ou Nova Zelândia, têm até pistas de esqui dentro das suas áreas de preservação, além de hóteis, lojas de presentes e outros empreendimentos.
Ele deu também exemplos que podem ser repetidos em Fernando de Noronha e ambientes marítimos, como Galápagos, no Equador, com longa tradição de gestão de visitação, e Costa Rica e Colômbia, que transformaram a mão de obra artesanal de comunidades em empreendimentos esportivos e de entretenimento. Jo Pendry, por sua vez, citou projetos existentes nos EUA, como o Yosemite, Yellowstone, Grand Canyon, além de outros no Canadá e em países da África.
Retorno e impactos dos investimentos - Segundo Pendry, o retorno dos investimentos feitos pelos concessionários, acontece, através de diversas receitas das operações, sendo que “a principal delas vem da alimentação e de bebidas. Depois, estão hotelaria, acampamentos, equipamentos e serviços com guias, consideradas atividades recreativas, além de transportes”.
Sobre o impacto das concessões na região e na comunidade, Barbarok afirmou que “se um país ou empresa pensa que vai cobrir todos os custos do seu sistema de parques com concessões está errado”. Para ele, “o principal objetivo da concessão não é custear todo o sistema de áreas de preservação, mas aumentar o número e a diversidade de oportunidades recreativas educacionais e dos serviços prestados aos visitantes”.
O especialista apresentou ainda alguns dados da indústria de recreação ao ar livre em vários países, que incluem parques estaduais e municipais. Ele afirmou que cerca de 2% do PIB dos EUA vem da recreação ao ar livre e do Turismo, ressaltando que, no Brasil, existem diversas áreas extensas de preservação, podendo significar índices ainda maiores para a economia do país.
Barbarok elogiou os importantes passos já dados no Brasil com o apoio do BNDES, ICBM Rio, governos estaduais e parcerias com instituições sem fins lucrativos, como Semeia, Ipê e Boticário. “Esse trabalho conjunto mostra que, por meio de parcerias público-privadas, é possível tornar as áreas de preservação e os parques do Brasil mais acolhedores. Isto ajudaria a gerar receita adicional, melhorar as suas equipes administrativas e a infraestrutura, além de promover benefícios econômicos para as comunidades e se tornar um setor economicamente mais significativo para o Brasil”.
Nesse contexto, Jo Pendry disse que uma maneira de ajudar pequenos parques seria oferecê-los aos concessionários de grandes parques. “Eles poderão usar a receita do parque maior para compensar as perdas operacionais do menor”. E concluiu que o objetivo principal dessas operações é “fornecer serviços de qualidade aos visitantes, assim como criar oportunidades de emprego para o entorno”.
Fique ligado – Na próxima terça-feira, 17, às 18h, no canal do BNDES do Youtube, acontece o 3º episódio da websérie BNDES Verde com o tema: Finanças Verdes. Assista ao teaser aqui.