Publicação reúne artigos vencedores do Prêmio BNDES pelo Clima
O BNDES divulgou nesta terça, 22, os três artigos vencedores do Prêmio BNDES pelo Clima, iniciativa que busca estimular a produção científica sobre clima aplicada ao caso do Brasil. Os trabalhos premiados, que foram selecionados entre 31 artigos concorrentes, estão disponíveis em publicação editada pelo Banco.
O primeiro lugar na premiação ficou com o artigo Não basta ser “tech”: o choque de produtividade da soja no desmatamento e usos do solo no Brasil, dos autores Lucas de Almeida da Costa e Romero Cavalcanti da Rocha, respectivamente mestre em economia pela UFRJ e doutor em economia pela PUC-Rio. O estudo procura estimar os efeitos do aumento da produtividade da soja – a partir da introdução da semente transgênica – nos usos do solo em três biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Com base na análise realizada, os autores apontam que ganhos de produtividade no setor agropecuário não levam automaticamente a maior conservação ambiental e que políticas públicas são necessárias para evitar a expansão da fronteira do desmatamento.
O segundo premiado foi o artigo Impactos econômicos e ambientais de uma política de desmatamento zero e reflorestamento na região do arco do desmatamento, que apresenta a contribuição de Géssica Souza, doutora em economia aplicada pela UFMG, Edson Domingues, doutor em economia USP, e Aline Magalhães, doutora em economia pela UFMG. A pesquisa busca avaliar os impactos econômicos e ambientais de uma política que, além de zerar o desmatamento produtivo, promova o reflorestamento de 12 milhões de hectares, como previsto no Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), aprovado em 2017. A partir de um modelo econômico integrado a aspectos ambientais, o trabalho indica que essa política seria capaz de evitar parte das emissões nacionais a um custo relativamente pequeno diante do PIB nacional.
No terceiro estudo premiado, intitulado Mecanismos de precificação de carbono no Brasil: custos econômicos e potenciais de abatimento, Micaele Martins de Carvalho, doutora em economia pela UFMG, e Edson Domingues e Aline Magalhães, também autores do segundo artigo, analisam os impactos econômicos da implementação de mercados de carbono como medida para alcançar a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira. A partir do modelo desenvolvido, que permite agrupar as emissões por agentes, atividades e mudanças no uso da terra, eles concluem que mercados de carbono são instrumentos eficientes para o atingimento das metas, identificando ainda setores produtivos estratégicos para a estruturação desses mercados e para a alocação de fundos de financiamento climático.
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