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01:00 30/03/2023

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O papel das IFDS na promoção do desenvolvimento sustentável

 

Em seminário realizado nos dias 20 e 21 de março, em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o BNDES se propôs a iniciar um amplo debate sobre algumas das principais questões do desenvolvimento no século XXI, reunindo especialistas internacionais e representantes de governo e da área acadêmica no Brasil. Um dos temas abordados foi como o Estado e as instituições financeiras de desenvolvimento (IFD) podem atuar para promover uma retomada do crescimento em bases sustentáveis, com foco na inclusão social.

 

Como afirmaram diferentes participantes, as IFDs desempenham um papel anticíclico importante em momentos de crises internacionais, quando há instabilidade macroeconômica e escassez de crédito no mercado privado. Por isso, diversos países vêm retomando o interesse em contar com instituições desse tipo, especialmente desde a crise de 2008, o que se aplica tanto a nações em desenvolvimento quanto a algumas economias desenvolvidas. Segundo estudo publicado em 2021, havia um total de 527 bancos e instituições financeiras de desenvolvimento ao redor do mundo, sendo 70% de caráter nacional, 21% subnacional e 9% multilateral. 

 

De acordo com Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia, houve uma grande mudança na última década sobre o papel dos bancos de desenvolvimento, com a percepção de que eles são fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável, o que requer visão de longo prazo. A opinião é partilhada pela economista Jayati Ghosh, professora da Universidade de Massachusetts Amherst, que assinala também que, no caso dos países em desenvolvimento, as IFDs são fundamentais para impulsionar a transição das economias em direção a atividades de maior valor agregado, garantindo melhora na qualidade de vida de suas populações.

 

 Assista aos depoimentos de Joseph Stiglitz e Jayati Ghosh a seguir:

 

 

Estimular a inovação é parte da missão das IFDs

 

Desde o lançamento da Agenda 2030 pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, as IFDs têm adaptado suas estratégias para atuar em sintonia com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) previstos nessa agenda. Isso significa priorizar a transição para um modelo econômico que seja inclusivo, compatível com as mudanças climáticas e redutor de desigualdades de renda.

 

Como defende a economista Mariana Mazzucato, professora da Universidade de Sussex, os governos podem ter um papel ativo para criar e redesenhar mercados, formulando uma estratégia de desenvolvimento orientada por missões definidas coletivamente. Assim, no contexto da transição para a economia de baixo carbono, há uma multiplicidade de setores e projetos em que governos e IFDs têm condições de contribuir para impulsionar a inovação e induzir os investimentos.

 

Segundo Leonardo Burlamaqui, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e sênior fellow do Cebri, a questão ambiental deve ser central atualmente na elaboração de uma política industrial e tecnológica, e os bancos de desenvolvimento são atores fundamentais para implementar isso, apoiando projetos sem perder de vista os impactos no conjunto do sistema. Adriano Proença, também sênior fellow do Cebri e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que isso significa apoiar iniciativas que fortaleçam a capacidade de inovação das empresas, o que deve estar no foco de instituições como BNDES.

 

Com atuação destacada em inovação, financiamento verde, infraestrutura e MPMEs, entre outros temas, as IFDs são pioneiras na superação de incertezas e riscos, ajudando a trazer recursos privados para setores estratégicos.

 

Veja os depoimentos de Leonardo Burlamaqui e Adriano Proença:

 

 

 

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