Livro discute cenários de futuro para o Brasil
Divulgada em versão preliminar em março de 2018, a publicação Visão 2035: Brasil, país desenvolvido – agendas setoriais para o alcance da meta ganha agora sua versão final, que reúne agendas propositivas para 17 setores e temas relevantes para o desenvolvimento nacional. O livro contou com a participação de 46 autores do BNDES, que exploram, ao longo de mais de quatrocentas páginas, como cada um dos setores abordados pode contribuir para destravar, potencializar ou transformar o desenvolvimento do país.
Organizadores da publicação, os economistas Fernando Puga e Lavinia Barros de Castro explicam em entrevista os principais conceitos que orientaram a elaboração das análises e falam de alguns destaques de cada setor. Ouça a entrevista completa a seguir:
Veja alguns trechos da conversa:
Este livro tem uma proposta um pouco diferente. Ele não se concentra nos diagnósticos, mas sim em agendas propositivas e, agora, com um horizonte de maior prazo, 2035, inserido dentro do contexto do planejamento. Não é uma projeção, não é uma aposta, não é o futuro mais provável, e sim uma discussão de futuros potenciais – Lavinia Barros de Castro.
A nossa definição é que desenvolvimento é a transformação de uma determinada realidade com crescimento da renda por habitante, redução das desigualdades e elevação dos padrões de vida da população de forma sustentável – Lavinia Barros de Castro.
Petróleo e gás, eu vejo como um setor de efeito macroeconômico. Então, certamente, ele crescendo puxa os setores de máquinas e equipamentos, puxa o setor de química. A mesma coisa a gente vê na extrativa-mineral, que é uma fonte de grande competividade para a nossa siderurgia, com efeito grande nessa parte toda de bens intermediários da economia. Sem dúvida, com esses setores puxando tem um crescimento – Fernando Puga.
Um ponto importante é a “questão da melhora na qualidade de vida, que está muito ligada a todo esse movimento que está acontecendo no mundo, que é essa agenda pelo desenvolvimento sustentável. Essa demanda da sociedade por questões de segurança, melhora da educação, melhora na mobilidade urbana, enfim, melhora da nossa qualidade de vida" – Fernando Puga.
Certamente, dentre as maiores travas para o crescimento e a produtividade do Brasil, está essa questão da logística e dos investimentos necessários. Inclusive, é muito desafiador, porque é preciso também mudar a matriz de logística, com menor peso de uma matriz rodoviária para outros modais de transporte, pensando também na integração entre esses modais – Lavinia Barros de Castro.
Existe potencial para desenvolver alguns nichos em tecnologia na parte de saúde, mas, sobretudo, de melhorar a atenção primária, fazer a melhoria dos prontuários eletrônicos, digitalizar, porque o Brasil está envelhecendo antes de se tornar desenvolvido. Qualquer projeção envolve um crescimento muito grande dos gastos com a saúde, então é preciso equacionar como vai funcionar esse setor – Lavinia Barros de Castro.
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