BNDES fecha parceria com Empresa de Pesquisa Energética para incentivar restauração florestal por meio de créditos de carbono

Acordo busca ampliar oportunidades de compensações de emissões de gases de efeito estufa BNDES avança como referência, entre bancos de desenvolvimento, na agenda socioambiental O Banco Nacional de Des...

  • Acordo busca ampliar oportunidades de compensações de emissões de gases de efeito estufa

 

  • BNDES avança como referência, entre bancos de desenvolvimento, na agenda socioambiental

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) assinaram, nesta quarta-feira, 14, acordo de cooperação técnica para estudar incentivos à restauração florestal por meio de créditos de carbono. Com a iniciativa, as empresas dos setores de petróleo e gás terão ampliadas as oportunidades de compensações de emissões de gases de efeito estufa.

A cerimônia virtual contou com a participação do diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, do presidente da EPE, Thiago Barral, do diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, Giovani Machado, e da Chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME, Agnes da Costa. O documento representa um importante passo do Banco na busca por desenvolver o mercado voluntário de créditos de carbono. Para tanto, serão analisadas formas de canalizar recursos, através desse mercado, para atividades de preservação e restauração da vegetação nativa no país.

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“A recuperação da vegetação é importante não apenas para a manutenção da biodiversidade e o sequestro de carbono, mas também para a redução da erosão e disponibilidade de recursos hídricos”, explica o superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Leite. Segundo ele, há ainda um potencial impacto sobre o setor hidrelétrico, uma vez que a restauração florestal reduz o transporte de sedimentos pelos rios e retarda o fim da vida útil dos reservatórios.

O acordo também visa subsidiar a elaboração de um conjunto de instrumentos que auxiliem no aumento da confiabilidade e eficiência do mercado voluntário de carbono no Brasil. Embora tenham foco nos setores de petróleo e gás e de florestas, as propostas a serem construídas podem ter desdobramentos e benefícios para outros setores.

Com entregas escalonadas, o plano de trabalho da parceria prevê uma nota técnica para sistematizar os tipos de estratégias, ações e projetos existentes de conservação e recuperação florestal e de mitigação de emissões de gases de efeito estufa das empresas do setor no Brasil e no mundo.

O acordo também prevê a realização de uma consulta aos atores envolvidos com o tema. Para tanto, será estruturada agenda de diálogos públicos, multilaterais, com órgãos governamentais, empresas, ONGs e universidades. Na opinião da superintendente de Meio Ambiente da EPE, Elisângela Almeida, “essa é uma etapa muito importante do trabalho, uma vez que o fortalecimento do diálogo com agentes do setor energético e demais partes interessadas é fundamental na busca de soluções para a promoção da transição energética do país”.

A Diretoria de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE, por meio da Superintendência de Meio Ambiente, será a gestora e executora deste acordo de cooperação, em conjunto com a Área de Gestão Socioambiental do BNDES. Os resultados fornecerão subsídios para elaboração de um documento-síntese com a proposição de instrumentos de transferência de recursos das empresas para atividades de sequestro e armazenagem de carbono no setor florestal, a título de compensação de emissões, além de alcance de benefícios coletivos relacionados à água, biodiversidade, solo e microclima.

O setor – O setor de petróleo e gás é a terceira maior fonte de emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil, atrás da mudança do uso do solo e florestas e da agropecuária. Um dos grandes desafios dessa indústria é reduzir as emissões ao longo da cadeia de produção e consumo. A maior parte das reduções esperadas de emissões virá de investimentos nas suas próprias unidades de produção, a exemplo de eficiência energética e injeção de dióxido de carbono (CO2) nos poços. A compensação de emissões com créditos de carbono terá um papel complementar, principalmente no curto prazo, com benefícios para o setor florestal.

A perspectiva de aumento do consumo per capita de energia até 2030, mesmo com aumento da participação de fontes renováveis, reforça a importância de reduzir emissões por desmatamento e promover a recuperação de vegetação nativa.

Atuação do BNDES - O Banco tem sólido histórico de atuação em agendas que promovem a transição para uma economia de baixo carbono e mais resiliente, sendo o principal investidor em energias renováveis do mundo e a principal instituição financeira brasileira de suporte à agenda florestal.

A EPE - Empresa pública federal, a EPE elabora estudos, planos e programas para o desenvolvimento energético sustentável e produz informações para subsidiar o planejamento energético do Ministério de Minas e Energia. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), elaborado pela EPE sob as orientações do MME, é considerado o plano de mitigação e adaptação às mudanças climáticas do Setor de Energia.

Foto: Deposit Photos

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