BNDES - Agência de Notícias

• Além dos benefícios ambientais e sociais, financiamento contribui para estimular produção de ônibus elétricos no País

O município de São Paulo vai renovar sua frota de ônibus, até 2024, com a aquisição de aproximadamente 1,3 mil ônibus movidos exclusivamente a bateria, em substituição de cerca de 10% da frota atual da capital paulista, de 13 mil veículos.

A implantação dos novos ônibus ocorre no âmbito da aprovação de financiamento no valor R$ 2,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), ocorrida nesta quinta-feira, 19, por meio do BNDES Finame Direto, tradicional produto do Banco que financia a aquisição e a comercialização de máquinas e equipamentos de fabricação nacional.  

A capital paulista é o primeiro cliente do setor público a receber crédito por meio do BNDES Finame Direto. Os recursos serão liberados na modalidade baixo carbono, que passou a admitir financiamento para compra de ônibus elétricos por municípios.

A mudança foi formalizada em junho de 2023, com o objetivo de contribuir para a descarbonização e a adaptação das cidades brasileiras às mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, estimular a indústria nacional, consolidando a cadeia produtiva em torno da tecnologia dos ônibus elétricos alimentados exclusivamente por baterias.

“O ônibus elétrico sequestra carbono, retira ruídos, além disso terá wi-fi e refrigeração, trazendo as pessoas para andar com mais prazer no transporte coletivo”, destacou o presidente, Aloizio Mercadante. “Estamos seguramente fazendo história, inaugurando esse novo capítulo do transporte público elétrico, ecológico e sustentável”, completou.

Os novos veículos evitarão a emissão de aproximadamente 63 mil toneladas de CO₂ equivalente/ano na atmosfera. O investimento na aquisição dos ônibus elétricos é bastante superior ao equivalente a diesel, aproximadamente 3,5 vezes maior, por isso, o município buscou incentivar a introdução dos veículos eletrificados na frota cobrindo parte desse investimento, por meio de reequilíbrios econômico-financeiros dos contratos de concessão.

“A cada um real que usaremos para trocar o diesel pelo elétrico, ganharemos dois [reais] nos próximos 15 anos, ou seja, teremos um ganho financeiro e um ganho ambiental de saúde e sustentabilidade muito importante”, revelou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Foto: Prefeitura de São Paulo/Divulgação

A previsão é de que o município invista um total de R$ 8 bilhões, com aquisição de um total de até 2.600 veículos e de substituição de cerca de 20% da frota de ônibus da capital até 2024. Desse valor, R$ 6 bilhões serão recursos da prefeitura e R$ 2 bilhões das concessionárias que operam o transporte público por ônibus na cidade. O montante a cargo da administração municipal será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, Banco Mundial, Banco do Brasil, Caixa, além do BNDES.

A prefeitura arcará com a diferença entre o custo do elétrico e do movido a diesel, valor que será financiado pelo BNDES. Espera-se que os ganhos econômicos com a eletrificação levem a menores valores de subsídios pagos no longo prazo, uma vez que o ônibus eletrificado tem custo médio mensal de operação e manutenção significativamente inferior ao veículo a diesel.

São Paulo - O Município tem um dos maiores sistemas de transporte público por ônibus do mundo, transportando, em média, 7,3 milhões de passageiros por dia útil, em 13 mil veículos e 1.347 linhas. A metrópole tem metas de descarbonização previstas em Lei municipal segundo a qual o sistema de transporte público deve reduzir a emissão de CO₂ em 100% até 2038.