BNDES vai estruturar projeto de revitalização do terreno da Estação Leopoldina no Rio
- Estudo de valorização imobiliária será conduzido pelo Banco a pedido da Secretaria do Patrimônio da União e do Município do Rio de Janeiro
- A expectativa é de que haja uso comercial, institucional, educacional e residencial da área de cerca de 90 mil m2
- Contrato foi assinado, nesta segunda-feira, 9, na sede do Banco, no Rio
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi contratado para estruturar o projeto de revitalização do terreno da antiga Estação Leopoldina, no centro do Rio de Janeiro. A modelagem será conduzida a pedido da Secretaria do Patrimônio da União, vinculada ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), e da Prefeitura do Rio. O contrato foi assinado nesta segunda-feira, 9, na sede do Banco, pelo presidente Aloizio Mercadante, pelo Diretor de Planejamento e Relações Institucionais, Nelson Barbosa, pela ministra do MGI, Esther Dweck, e pelo prefeito Eduardo Paes.
Dos 124 mil m² totais de terreno do antigo terminal ferroviário da cidade do Rio de Janeiro, 34 mil m² foram cedidos pela União à Prefeitura para uso, guarda e restauro do edifício da Estação. A medida faz parte do Imóvel da Gente – Programa de Democratização de Imóveis da União –, do Governo Federal. O Munícipio iniciou a restauração em julho do ano passado com previsão de entrega para o segundo semestre de 2026. A modelagem conduzida pelo Banco será feita nos 90 mil m² restantes, que estão sob guarda provisória da Prefeitura.
O BNDES será responsável por coordenar e integrar os trabalhos junto aos consultores contratados por meio de processo seletivo. O Banco também fará a avaliação técnica de todos os estudos, documentos e informações produzidas pelos técnicos.
Os impactos esperados a partir da estruturação do projeto são o aproveitamento de área subutilizada em região que dispõe de infraestrutura urbana, aumento da oferta de habitação social, o desenvolvimento de equipamentos urbanos de interesse público e melhor uso de um edifício histórico, objeto de tombamento.
“A revitalização da Estação Leopoldina é um passo importante para a recuperação urbana do centro do Rio e para a valorização de um patrimônio histórico tão importante para o país. O BNDES contribuirá com estudos técnicos para viabilizar soluções de habitação social, uso público qualificado e desenvolvimento sustentável em uma área estratégica da cidade”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Foto: André Telles/BNDES
Masterplan Rio - A Estação Leopoldina é um dos 46 imóveis públicos categorizados para intervenções a partir de estudo financiado com R$ 2 milhões não reembolsáveis do Fundo de Estruturação de Projetos do Banco (BNDES FEP). Disponibilizado em dezembro de 2023, o “Masterplan Rio” tem como foco principal a revitalização de ativos imobiliários públicos subutilizados e seus entornos com potencial de serem catalisadores do desenvolvimento da região central da cidade.
O plano de urbanização busca reverter a tendência de esvaziamento populacional e de degradação do Centro, agravados pela pandemia de COVID-19. O parceiro estratégico da iniciativa é o Município do Rio de Janeiro por meio da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR).
“A Estação Leopoldina é um espaço icônico da cidade, e essa parceria com o BNDES e o governo federal marca um novo capítulo na sua história. Já temos definidos projetos como a Cidade do Samba para o grupo de acesso e a revitalização do prédio da Barão de Mauá. Agora, o BNDES vai aprofundar os estudos para outros usos — universidade, espaço cultural, moradias. É um passo decisivo para ocupar o centro do Rio com inteligência e atrair mais gente para viver e circular por ali”, disse o prefeito Eduardo Paes.
Imóvel da Gente - Uma iniciativa do governo federal que busca transformar imóveis ociosos ou subutilizados da União em espaços para uso coletivo, voltados ao atendimento de demandas sociais como educação, saúde, cultura e assistência social.
Com essa destinação, o governo federal reforça seu compromisso com a valorização do patrimônio público e a promoção de políticas educacionais inclusivas, ampliando oportunidades para milhares de jovens e fortalecendo o papel dos Institutos Federais como agentes de transformação.
A ministra Esther Dwek ressaltou que a revitalização da Estação Leopoldina se insere no esforço do governo federal para dar novo uso a imóveis públicos ociosos. “Essa é uma área central e estratégica do Rio. Atendendo ao pedido do presidente Lula, queremos garantir que nenhum prédio da União permaneça vazio. O projeto prevê usos múltiplos e estamos confiantes de que, com a expertise do BNDES, vamos transformar aquele espaço em algo vivo e útil para a cidade.”
Patrimônio histórico - Criada em novembro de 1926, a Estação Barão de Mauá (Leopoldina) foi projetada para unir o Centro do Rio a Petrópolis, na Região Serrana, e aos estados de São Paulo e Minas Gerais. A Leopoldina era o maior terminal ferroviário da cidade até a inauguração da Central do Brasil em 1943. Ela foi desativada nos anos 2000, quando as últimas linhas de trem foram transferidas para a Central. O edifício da Estação foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2008.
Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro