Depois de caravana na Bahia, BNDES Periferias amplia apoio a favelas e comunidades do Norte e Nordeste

Em Salvador, a caravana reuniu, em novembro de 2024, representantes de 40 organizações sociais da periferia

 

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(Participação: Tereza Campello - diretora Socioambiental do BNDES)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta terça-feira, 22, em São Paulo, dois editais de seleção pública de parceiros executores do BNDES Periferias Fortes, para fortalecimento de organizações sociais que atuam em comunidades e regiões periféricas nas regiões Norte e Nordeste. A iniciativa é resultado da Caravana que o banco realizou para ouvir as organizações da sociedade civil das regiões.

No evento, o Banco também apresentou a frente BNDES Periferias Verdes, que apoia projetos de recuperação, conservação e preservação ambiental com foco na inclusão produtiva.

Os anúncios, no escritório regional do BNDES na capital paulista, contaram com a presença da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e do secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões.

 

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Divulgação BNDES

“Combater a pobreza e a desigualdade é uma das principais metas do governo do presidente Lula e o BNDES, como banco de desenvolvimento, desempenha importante papel na criação de oportunidades de capacitação, fomento ao empreendedorismo e geração de emprego e renda para as populações das favelas e comunidades periféricas do Brasil”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Periferias Fortes - Um dos editais do BNDES Periferias Fortes, de R$ 17,5 milhões, selecionará o parceiro executor para realizar ações de fortalecimento institucional nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O outro, de igual valor, fará a seleção do parceiro que executará as ações nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

O BNDES Periferias Fortes busca fortalecer as organizações sociais que atuam em favelas e comunidades urbanas por meio da capacitação para maior eficiência em seus processos, recursos e pessoas, com ganhos nas suas atividades-fim nas áreas de geração de emprego e renda, serviços urbanos, saúde, educação, desportos, justiça, meio ambiente e outras vinculadas ao desenvolvimento regional e social, gerando impacto positivo sobre a população desses territórios.

Entre as atividades previstas, caberá ao parceiro executor selecionado pelo BNDES: o apoio técnico pré-seleção, o processo de seleção, a capacitação e a mentoria das organizações; o apoio técnico e financeiro para formalização de coletivos; e a gestão e o repasse do apoio financeiro (de R$ 100 mil a 300 mil) para as organizações sociais capacitadas, além de bolsas de incentivo vinculadas à capacitação.

“As ações são fruto do nosso processo de amadurecimento e aprendizado com a Iniciativa BNDES Periferias e da escuta ativa de organizações periféricas. Estamos ampliando e dando mais impacto ao programa, para chegar cada mais vez mais perto das periferias brasileiras, principalmente nas regiões mais necessitadas”, ressaltou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

O secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões, ressaltou a necessidade de as instituições públicas investirem em capacitação: “Temos um passivo de capacitação, tem muita gente que não consegue concorrer em edital, porque não sabe, não consegue construir o edital, pois não tem a capacidade que o edital demanda. Então, em um espectro ainda pequeno, o investimento em capacitação é fundamental para que a gente tenha capacidade de competir”, frisou

Simões ainda destacou que, segundo dados do IBGE, aproximadamente 16 milhões de brasileiros vivem em favelas e comunidades urbanas e metade (cerca de 8 milhões) se autointitulam como empreendedores. É importante a gente pensar com a racionalidade econômica, sobre a perspectiva de que esses territórios têm um potencial para o desenvolvimento econômico do país enorme, que hoje é subutilizado”, afirmou. Segundo ele, iniciativas como o BNDES Periferias não são apenas uma forma de reparação histórica, já que as periferias desempenham importante papel no desenvolvimento econômico do Brasil.

 

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Divulgação BNDES

 

Escuta Ativa - Os editais são resultado da Caravana BNDES Periferias, que realizou escuta ativa presencial e virtual com as organizações sociais que atuam em favelas e periferias do Norte e Nordeste, com encontros presenciais em Belém (PA), Recife (PE) e Salvador (BA), entre outubro e dezembro de 2024. As contribuições das mais de 80 organizações sociais ouvidas nortearam a construção dos editais do BNDES Periferias Fortes. Em Salvador, a caravana reuniu, em novembro de 2024, representantes de 40 organizações sociais da periferia da capital baiana e de outras localidades da região Nordeste.

Periferias Verdes – Incluída na terceira chamada do BNDES Periferias, com inscrições abertas até 30 de maio, a nova frente BNDES Periferias Verdes deverá contar com R$ 50 milhões para apoiar projetos ambientais com foco na inclusão produtiva da população local com ações de economia circular, agricultura urbana e resiliência climática.

Outros R$ 50 milhões da chamada serão destinados a projetos das frentes Polo BNDES Periferias e BNDES Periferias Empreendedoras. A chamada em curso altera o percentual de contrapartida de 50% para 10% para entidades sem fins lucrativos não empresariais e/ou sem acesso a recursos recorrentes, ampliando o acesso.

BNDES Periferias – Lançado em março de 2024, o BNDES Periferias apoia projetos que fomentem o empreendedorismo em territórios periféricos. As duas primeiras chamadas públicas, que receberam aportes de R$ 50 milhões do BNDES cada, somaram 101 propostas inscritas, das quais 17 prosseguiram para a fase de análise.

Além do BNDES Periferias Verdes e do BNDES Periferias Fortes, a iniciativa atua em mais duas frentes: Polos BNDES Periferias, que apoia projetos voltados à construção ou revitalização de polos adaptáveis, em territórios periféricos; e BNDES Periferias Empreendedoras, direcionado a apoiar empreendedores, prioritariamente mulheres, jovens e população negra, por meio de ações de capacitação, mentoria e aporte de capital-semente. São priorizados projetos foco em mulheres, jovens e população negra, como diversidade racial na gestão.

 

Foto: Tânia Rego / Agência Brasil

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