BNDES aprova R$ 250 milhões para a Suzano restaurar 24 mil hectares de Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia
- Maior projeto do Fundo Clima para florestas nativas, iniciativa viabilizará a recuperação de áreas degradadas em SP, ES, BA, MA, PA e MS
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 250 milhões à Suzano. Os recursos serão destinados à restauração ecológica de 24.304 hectares de áreas degradadas em regiões de preservação permanente e de reserva legal nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia.
Trata-se do maior volume de recursos já aprovados com recursos do Fundo Clima para a recuperação de mata nativa degradada no Brasil. O termo de aprovação do financiamento foi entregue nesta sexta-feira, 10, pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, à vice-presidente executiva de Sustentabilidade, Comunicação e Marca da Suzano, Malu Paiva, durante o evento BNDES Florestas do Brasil por Todo o Planeta, realizado no teatro do BNDES, no Centro do Rio.
A restauração ecológica é um processo que visa à recuperação da funcionalidade e da biodiversidade de ecossistemas transformados por atividades humanas, o que inclui terras desprovidas de vegetação nativa desenvolvida, ou em estágio de conservação inadequado para a sustentabilidade da biodiversidade local.
“O BNDES tem articulado e impulsionado a restauração florestal como ferramenta crucial para combater a crise climática, reduzir emissões de gases de efeito estufa e promover o desenvolvimento sustentável, que é uma prioridade do governo do presidente Lula”, ressaltou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O evento BNDES Florestas do Brasil por Todo o Planeta reuniu agentes públicos e privados para discutir o papel da restauração e da bioeconomia no desenvolvimento do país — e foi palco do lançamento da plataforma BNDES Florestas que organizará e dará visibilidade às iniciativas do Banco no setor.
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, Mercadante, Malu Paiva, a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e o diretor de Planejamento do Banco, Nelson Barbosa
Foto: André Telles/BNDES
As ações a serem implementadas pelo projeto contribuirão para a regularização ambiental de mais de 1000 imóveis rurais, distribuídos em seis estados: São Paulo, Bahia Espírito Santo, Maranhão, Pará e Mato Grosso do Sul. O projeto impulsiona um modelo de negócios emblemático no setor de florestas, tendo uma empresa de grande porte atuando como vetor de reflorestamento com espécies nativas para seus fornecedores, fortalecendo a cadeia produtiva e servindo de modelo para o setor e outras atividades econômicas.
Da área total a ser restaurada, 60% correspondem a imóveis de terceiros, parceiros da Suzano. A parceria entre o BNDES e a companhia contribuirá para a disseminação de boas práticas pela capacitação de proprietários e trabalhadores rurais das áreas arrendadas e adjacências em técnicas de restauração, além da geração de empregos diretos e indiretos durante as etapas de plantio, manutenção e monitoramento e na cadeia produtiva de insumos.
“O apoio do BNDES ao nosso programa de restauração reforça a importância de parcerias entre o setor público e privado para ampliar o alcance das soluções baseadas na natureza”, afirma Malu Paiva. “Esse financiamento contribuirá diretamente para o avanço de algumas metas assumidas pela Suzano, como conectar 500 mil hectares de vegetação nativa até 2030”.
Além da regularização ambiental das propriedades, a restauração das áreas degradadas proporcionará importantes serviços ecossistêmicos para as regiões, incluindo a recuperação da vegetação nativa, a redução de áreas com processos erosivos, a proteção de nascentes e recursos hídricos, o incremento da biodiversidade, a criação ou o restabelecimento de corredores ecológicos e a captura e fixação de carbono. Esses benefícios, além de estarem alinhados aos compromissos assumidos pela Suzano. O processo de escolha das áreas onde ocorrerá a restauração leva em consideração a formação de corredores ecológicos e sua conexão com Unidades de Conservação.
O projeto prevê a utilização de metodologias diversas e adaptativas, combinando técnicas inovadoras, como semeadura com drones, com práticas consolidadas de restauração ambiental. A recuperação ocorrerá em áreas de solo exposto, pasto, vegetação secundária (área em processo natural de regeneração da vegetação nativa após supressão total ou parcial da vegetação original) e agricultura. Conforme o estágio de degradação, serão utilizadas as metodologias mais adequadas a cada caso, tais como remoção e controle de espécies exóticas, plantio de faixas de vegetação nativa, plantio total de mudas, isolamento da área ou semeadura direta.
Além das ações no campo, a Suzano investirá em pesquisa florestal e inovação, com centros dedicados à hibridação e à seleção genética de espécies nativas, a fim de aumentar a produtividade e a resiliência das florestas plantadas, além de fortalecer a cadeia produtiva da restauração florestal. Ao final do projeto, estima-se que a vegetação das áreas restauradas capture da atmosfera aproximadamente 228 mil toneladas de CO2-equivalente por ano.
Foto: Suzano/Divulgação