BNDES cria programa de auxílio a cadeias produtivas atingidas pela crise da covid-19

BNDES Crédito Cadeias Produtivas considera risco da empresa-âncora, e taxas devem ser baixas • Por meio de empresas-âncora, iniciativa vai prover R$ 2 bi em capital de giro a pequenos e médios fornece...

• Por meio de empresas-âncora, iniciativa vai prover R$ 2 bi em capital de giro a pequenos e médios fornecedores, distribuidores e franqueados 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou mais um programa para apoiar empresas afetadas pela crise econômica decorrente da pandemia da Covid-19. O BNDES Crédito Cadeias Produtivas vai atender à necessidade de capital de giro de pequenas e médias empresas (PMEs) que integram cadeias produtivas em todos os setores da economia.

Geralmente menores do que as empresas com contato direto com o consumidor final, essas fornecedoras, distribuidoras, franqueadas, entre outras intermediárias, são de vital importância para uma retomada mais acelerada da economia brasileira. “Muitas dessas empresas não possuíam endividamento antes da crise e estão enfrentando dificuldades para acesso a recursos, já que as instituições financeiras tendem a priorizar atuais clientes num contexto de maior aversão a risco”, explica a economista Renata Baía Alvim, do Departamento de Produtos e Processos do BNDES.

É por meio de contratos diretos com as chamadas “empresas-âncora” que o novo programa do BNDES, cujo orçamento é de R$ 2 bilhões, vai apoiar as pequenas e médias empresas inseridas ao longo das cadeias produtivas. As empresas maiores, que serão as beneficiárias diretas dos empréstimos junto ao BNDES, farão o papel de repassar os recursos às PMEs nas mesmas condições previstas no contrato original firmado com o Banco, ou seja: sem obter lucro financeiro com a operação. Sua cadeia de fornecedores, distribuidores ou franqueados poderá utilizar o capital de forma livre para se manter durante a crise.

“Felizmente algumas das maiores empresas brasileiras mantiveram a saúde financeira durante a crise atual, ainda que reduzindo seu nível de atividade. Contudo, tal redução vem afetando de modo mais crítico seus parceiros de menor porte, o que coloca em risco a integridade da cadeia produtiva. Assim, para garantir que o retorno aos níveis pré-crise ocorra sem maiores problemas, várias empresas têm o desafio de preservar seus parceiros estratégicos, evitando que surjam pontos de estrangulamento nos seus fluxos operacionais”, avalia Job Rodrigues, gerente do Departamento de Bens de Consumo, Comércio e Serviços do BNDES.

As empresas-âncora deverão ter Receita Operacional Bruta (ROB) igual ou superior a R$ 300 milhões, e os valores de financiamento do BNDES serão entre R$ 10 milhões e R$ 200 milhões. A taxa de juros desses financiamentos será a soma do custo financeiro do BNDES, da sua remuneração básica de 1,1% ao ano e da taxa de risco de crédito definida para cada empresa- âncora. O prazo dos empréstimos é de até cinco anos, com até dois anos de carência.

Dessa forma, o BNDES oferta mais um canal de recursos para pequenas e médias empresas que façam parte de cadeia produtiva de qualquer setor da economia. Se comparado aos empréstimos oferecidos a empresas desse porte diretamente pelo mercado, o BNDES Crédito Cadeias Produtivas tende a ter taxas de juros mais baixas, porque considera o risco de crédito da empresa-âncora. “As grandes empresas normalmente são profundas conhecedoras dos seus próprios mercados, possuindo boa aptidão para avaliar o risco de crédito de qualquer integrante da cadeia produtiva que comanda”, complementa Job Rodrigues.

Pedidos de empréstimos poderão ser apresentados ao BNDES até o dia 30 de setembro. Os trâmites para a concessão seguirão a Esteira de Crédito Emergencial, desenvolvida no contexto do Plano de Ação Emergencial de combate à pandemia da Covid-19, cujo objetivo é agilizar o tempo de processamento de pleitos e garantir o rápido acesso das empresas aos recursos.

“Esse é o momento das grandes empresas reconhecerem o valor estratégico de suas cadeias. Para o BNDES, é mais uma iniciativa no caminho da desconcentração bancária e construção de alternativas de acesso a crédito para MPMEs. Ela se insere no conjunto de ações do Banco de combate aos efeitos da crise, que contempla diversos setores da economia, portes de empresas e perfis de clientes, utilizando instrumentos de crédito e de garantia”, contextualiza Renata Alvim.

Desde o início da pandemia, a série de medidas emergenciais adotadas pelo BNDES (que você pode conhecer na íntegra aqui) disponibilizaram R$ 15,5 bilhões em valores aprovados a cerca de 126 mil empresas de diversos setores da economia. Essas empresas empregam quase 4 milhões de brasileiros (acompanhe o desempenho das medidas aqui).

Foto: Divulgação

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