Tereza Campello no Pavilhão BNDES: “Belém nunca mais será a mesma depois da COP30”

  • Diretora apresentou panorama das mudanças na capital paraense em painel sobre cidades resilientes

Melhorar a qualidade de vida da população que vive em Belém foi o principal objetivo das intervenções urbanas financiadas com R$ 1,5 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O panorama geral das mudanças na cidade foi apresentado nesta terça-feira, 11, pela diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello, durante o painel “Cidades resilientes: O caso de Belém”, feito no Pavilhão BNDES.

Participaram também o assessor da Presidência do BNDES José Carlos Lima da Costa, o secretário de Obras Públicas do Pará, Benedito Ruy Santos Cabral, e o deputado federal Airton Faleiro (PT-PA). As obras foram aceleradas pela necessidade de adaptar Belém para a edição 2025 da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), por meio da parceria entre o governo estadual e federal.

Segundo Benedito, são 33 intervenções simultâneas de 2022 até o presente, de diferentes perfis: desde canais para evitar alagamentos em regiões periféricas até a construção de parques urbanos para lazer. A maior parte delas já foi entregue.

No processo, 500 mil pessoas se beneficiaram, além da geração de 5 mil empregos diretos e trabalhadores qualificados. “A nossa preocupação era evitar a maquiagem para turista”, disse Campello. “Realizamos o maior projeto de urbanização de favelas da história do BNDES e de Belém. Se os visitantes quiserem conhecer nossas obras, vão ter que sair do ‘polígono COP’, ir até as periferias da cidade”.

Uma das intervenções na periferia é a construção do Canal União, inaugurado no último sábado, 8. Ele foi construído no bairro do Marco, um dos mais populosos da capital paraense. Agora, os habitantes passam a contar com saneamento, mobilidade e infraestrutura urbana, onde antes havia alagamentos e faltavam serviços essenciais.

Segundo Campello, o Brasil tem que adaptar as cidades a fim de evitar danos dramáticos para a população. “Em geral, quem mais sofre com os eventos extremos são os pobres, que vivem em áreas de risco, como baixadas e favelas”, observou. “Os problemas atuais exigem cada vez mais recursos para serem resolvidos, o que demanda a presença colaborativa do governo federal”.

O secretário Benedito afirmou que Belém avançou em 2 anos o que demoraria 20 anos para ser feito se não fosse a COP30. “Legado foi a palavra que norteou nossas decisões e planejamentos para receber um dos maiores eventos do mundo e transformar a realidade da nossa população”, disse ele.

O assessor José Carlos lembrou que, na Amazônia, 80% das pessoas moram em áreas urbanas. “Com o aquecimento global, a tendência é o mar avançar sobre cidades baixas, como Belém”, alertou. “Os munícipios que não se prepararem estão vulneráveis a tragédias”. Ele reforçou a necessidade de avançar no processo de resiliência, tanto em Belém quanto nos demais munícipios brasileiros.

O BNDES já contribui para a retomada qualificada do investimento público estadual a partir de programas como o Invest Impacto. São priorizadas intervenções que reduzem vulnerabilidades socioeconômicas, além de adaptação ou mitigação das mudanças climáticas.

“Os governantes têm que ter coragem para tomar certas decisões políticas. Trazer a COP30 para Belém implicou em garantir a viabilidade da Conferência. A decisão política tem que ser acompanhada por instituições com capacidade de viabilizar ela, como o BNDES”, defendeu o deputado Airton Faleiro.

No desfecho do painel, Tereza convidou o público para a Casa BNDES, no Complexo dos Mercedários, restaurado com R$ 36,3 milhões do Banco. Ela funciona durante a COP30 entre 9 e 21 de novembro. Com entrada gratuita, o espaço reúne programação de filmes, exposições, performances e experiências sensoriais. Confira a programação completa aqui.

Tereza destaca o maior projeto de urbanização de periferias da história do BNDES e de Belém

Foto: Rafael Alves/BNDES

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