Financiamento do BNDES viabiliza aquisição de 100 ônibus elétricos para Belo Horizonte
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá apoiar o município de Belo Horizonte na aquisição de 100 ônibus elétricos movidos à bateria. A operação de financiamento, no valor de R$ 317,08 milhões, será viabilizada com recursos do Fundo Clima – Modalidade Máquinas Verdes.
O investimento que será realizado pela capital mineira está inserido no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), lançado em 2023 pelo governo federal para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Um dos eixos do Novo PAC é voltado para a promoção de Cidades Mais Sustentáveis e Resilientes e inclui esforços na direção de uma mobilidade urbana sustentável. Entre eles, estão as iniciativas do programa de Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano (Refrota), sob coordenação do Ministério das Cidades e com participação do BNDES.
A intenção do município de Belo Horizonte é inserir no seu serviço público de transporte ônibus elétricos do tipo Padron, que possui entre de 12 a 15 metros de comprimento e capacidade para 80 passageiros. O projeto aprovado no âmbito do Refrota prevê que os 100 veículos movidos à bateria sejam novos e de fabricação nacional. Além disso, também serão adquiridos 50 equipamentos de recarga.
“Investir em veículos elétricos e menos poluentes é parte dos esforços que o BNDES vem assumindo. Estamos comprometidos com o impulsionamento da economia verde e com a transição energética. A aquisição destes ônibus, além de promover avanços tecnológicos no Brasil, gera benefícios significativos para a cidade de Belo Horizonte e para o meio ambiente", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Financiamentos aprovados recentemente também viabilizam a compra de ônibus elétricos em outras capitais e regiões metropolitanas como São Paulo e Bahia. "Esse é um esforço internacional para o avanço em frotas menos poluentes", acrescentou Mercadante.
O anúncio da operação ocorreu, nesta terça-feira, 16, durante reunião entre o presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, e o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, no Palácio do Planalto. “Nós estamos atendendo a uma das principais necessidades de uma cidade que já está com 2,5 milhões de habitantes", ressaltou Lula após o encontro. Para o prefeito da capital mineira, o investimento traz benefícios diretos para a população. “Quando a gente investe em ônibus elétricos e em mobilidade urbana, a gente investe naquela senhora mais simples, que trabalha o dia inteiro, que precisa chegar em casa mais rápido para poder passar mais tempo com a família”, declarou Álvaro Damião.
Atualmente, Belo Horizonte conta com uma frota de aproximadamente 2,16 mil ônibus convencionais e 425 ônibus maiores (do tipo Padron ou articulados), além de 31 miniônibus. Com a aprovação do financiamento, o município conduzirá processos licitatórios para aquisição dos veículos elétricos e dos equipamentos de recarga. Posteriormente, deverão ser realizados os ajustes contratuais com as concessionárias responsáveis pelo transporte coletivo. A obrigação pela manutenção da frota adquirida será dos operadores do serviço, cabendo à prefeitura fazer inspeções periódicas.
Fundo Clima – Criado em 2009, o Fundo Clima está vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e é administrado pelo BNDES, que atua como gestor na aplicação dos recursos reembolsáveis. Ele é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e se constitui em um fundo de natureza contábil com a finalidade apoiar projetos ou estudos e financiar empreendimentos, aquisições de máquinas e equipamentos e inovações tecnológicas que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas.
Após quatro anos de queda no desempenho, o Fundo Clima foi retomado e reformulado em 2023. Houve ampliação do conjunto dos itens financiáveis e alteração de custos financeiros como taxas de juros e prazos de amortização. Desde então, uma série de programas vem sendo impulsionados, entre eles o Refrota. Em 2024, as aprovações de crédito alcançaram um total de R$ 10,2 bilhões, volume quase 10 vezes superior ao realizado em 2022, último ano antes da reformulação.
Foto: Rodrigo Clemente / Prefeitura de Belo Horizonte