Financiada pelo BNDES, Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo recebe o primeiro trem
- De fabricação nacional, composição tem durabilidade superior a 40 anos e menor peso, com maior eficiência energética
- Linha vai atender mais de 600 mil passageiros por dia, reduzindo tempo de deslocamento entre a Brasilândia e o Centro de 1h30 para 23 minutos
- Banco concedeu créditos de R$ 5,44 bi ao Governo do Estado e R$ 6,9 bi à concessionária Linha Uni
O primeiro trem da Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, obra que conta com financiamento de R$ 12,3 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi entregue nesta quinta-feira, 10, no Pátio Morro Grande, Zona Norte da capital paulista. O financiamento do BNDES corresponde a cerca de 70% dos R$ 17 bilhões a serem investidos na obra, que é o maior projeto de mobilidade urbana em implantação na América Latina.
A Linha 6 terá 15,3 km de via permanente, conectando Brasilândia, região carente da cidade, ao centro de São Paulo, com integrações com as linhas 1 e 4 do Metrô, e linhas 7 e 8 da CPTM. Ao todo, serão 15 estações e 22 composições com seis carros cada, capazes de transportar até 2.044 passageiros, além de três terminais rodoviários de integração.
A previsão é de que a linha atenda mais de 600 mil passageiros por dia. As obras estão avançadas, com o início da operação parcial previsto para 2026 e conclusão total em 2027.
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de São Paulo
Fabricados no Brasil pela Alstom, na unidade de Taubaté, no Vale do Paraíba paulista, os trens de aço inoxidável têm durabilidade superior a 40 anos e são mais leves, o que contribui para maior eficiência energética e uma operação mais sustentável. Todas as composições contam com tecnologia que permitirá a operação sem a necessidade de condutor a bordo, com velocidade máxima de até 90 km/h.
O primeiro trecho da linha, entre a Brasilândia e a Estação Perdizes, será entregue no segundo semestre de 2026. Já o segundo trecho, entre Perdizes e a Estação São Joaquim, tem entrega prevista para 2027. A Linha 6-Laranja terá conexões com as Linhas 1-Azul, 4-Amarela e 7-Rubi do sistema metropolitano.
A Linha 6-Laranja reduzirá de cerca de 1h30 para apenas 23 minutos o tempo de deslocamento no trajeto atualmente realizado por ônibus. Conhecida como “linha das universidades”, ela atenderá diretamente sete instituições de ensino superior e outras quatro de forma indireta.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o financiamento ao projeto da Linha 6-Laranja evidencia o compromisso republicano do presidente Lula na relação do governo federal com os entes da federação para fortalecer políticas que impactem positivamente a vida das pessoas. “O BNDES segue essa diretriz ao apoiar o avanço do transporte coletivo público em São Paulo. Equipada com trens mais sustentáveis, de fabricação nacional, a Linha 6-Laranja vai facilitar o acesso de populações de áreas carentes da capital paulista aos locais de trabalho e espaços de lazer situados na área central da cidade”, afirmou.
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de São Paulo
A escavação dos túneis da linha foi concluída em fevereiro de 2025, conectando todas as 15 futuras estações. Paralelamente, já está em andamento a instalação de trilhos, sistemas e a entrega das composições.
A Linha 6-Laranja é uma parceria público-privada (PPP) do Governo do Estado de São Paulo com a concessionária Linha Uni, executada pela Acciona, com geração de mais de 10 mil empregos. O BNDES apoia tanto a concessionária, com crédito de R$ 6,9 bilhões, quanto o governo do Estado, com financiamento de R$ 5,44 bilhões.
O projeto vai contribuir com a redução das emissões de gases de efeito estufa e de material particulado. A estimativa é de que seja evitada a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO2 por ano. Seria necessária uma área florestal do tamanho de 33 Maracanãs para neutralizar esse volume de emissões.
Além disso, o projeto prevê investimentos sociais em comunidades no entorno das estações, como ações de capacitação e inclusão, principalmente para ampliar a mão-de-obra feminina, tanto na obra quanto na futura operação da concessão.
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de São Paulo