Apoiado pelo BNDES com R$ 3,7 bi do Fundo da Marinha Mercante, projeto hidroviário da LHG avança na Bahia

•⁠  ⁠Estaleiro Enseada entrega ao presidente Lula primeira das 80 balsas que produzirá, com investimento de R$ 611 milhões
•⁠  ⁠Projeto abrange aquisição de 400 barcaças e 15 empurradores, construídos por quatro estaleiros das regiões Norte e Nordeste
•⁠  ⁠Operação viabiliza escoamento de minério de Corumbá (MS) a Nova Palmira (Uruguai) ao longo de 2.500 km da Hidrovia Paraguai-Paraná
 

Com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, o Estaleiro Enseada entregou nesta quinta-feira, 9, em Maragogipe, no Recôncavo Baiano, uma barcaça destinada ao projeto da LHG Logística, para escoamento de minérios pela Hidrovia Paraguai-Paraná. A embarcação é a primeira das 80 a serem produzidas pelo Enseada, com investimento de R$ 611 milhões.

Cerimônia de entrega da primeira das 80 embarcações produzidas pelo Estaleiro Enseada para a LHG

Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Financiado pelo BNDES com R$ 3,7 bilhões do Fundo da Marinha Mercante, o projeto da LHG Logística, braço da mineradora LHG Mining, do Grupo J&F, abrange a construção de 400 balsas e 15 empurradores para transporte hidroviário de minério de ferro e manganês extraído em Corumbá (MS) até o terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai. O projeto elimina o gargalo atual na capacidade de escoamento do minério para exportação, que atualmente restringe a produção das duas minas da empresa.

Depois de percorrer 2,5 mil quilômetros de hidrovias, o minério chega a Nova Palmira, onde é feito o transbordo de carga para navios de longo curso voltados à exportação. Lá são carregados navios graneleiros de até 45 mil toneladas. No Uruguai, também são realizadas operações de transbordo em alto mar, em que graneleiros de maior porte são carregados com até 180 mil toneladas de minério.

Dos recursos financiados, 87% serão aplicados em estaleiros das regiões Norte e Nordeste – além do Enseada, os amazonenses Juruá e Rio Amazonas e o paraense Rio Maguari –, fomentando a indústria naval nacional e gerando cerca de 5,5 mil empregos diretos e indiretos. No estaleiro baiano, está prevista a criação de 940 postos de trabalho diretos e indiretos durante o período de construção.

“Esta operação é estratégica para o Brasil, pois fortalece a Hidrovia Paraguai-Paraná, amplia a competitividade da produção local, estimula exportações e aproxima o país de seus vizinhos”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES. “Além disso, o modal hidroviário também reduz em até 95% as emissões de gases de efeito estufa em relação ao transporte rodoviário, contribuindo para a descarbonização da logística nacional”, completou.

O projeto já teve nove balsas entregues pelo Estaleiro Juruá, de Iranduba, Região Metropolitana de Manaus (AM), que aguardam transporte de Belém (PA) até Nova Palmira. Atualmente, 59 balsas mineraleiras estão em fase final de construção.

A empresa – Fruto da aquisição de ativos da Vale em 2022, a LHG Mining possui duas minas em Corumbá. O principal produto de exportação é o minério granulado (lump ore) com teor de ferro de 64,5%, que originou o nome da empresa: LHG, de lump high grade.

A operação impulsionou a retomada das atividades da construção naval na Bahia

Foto: Estaleiro Enseada

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