Agência BNDES de Notícias

• Contrato assinado no fim do ano passado entre o Banco e o município de São Paulo garantiu um financiamento no valor R$ 2,5 bilhões para a aquisição de um total de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional
• Atualmente, o BNDES é o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina

Os moradores da cidade de São Paulo já podem se locomover por meio de 120 novos ônibus elétricos adquiridos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os coletivos foram entregues à população da capital paulista nesta segunda-feira, 22. Atualmente, o BNDES é o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina. O número de operações continua crescendo. Recentemente, foram anunciados novos apoios para Belo Horizonte e Curitiba.

A entrega dos novos ônibus elétricos ocorreu em evento organizado pela prefeitura de São Paulo. São 120 veículos totalmente movidos a bateria que foram adquiridos com apoio do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Dessa forma, a frota da capital paulista passa a contar com 720 coletivos com estas características.

No evento, o BNDES foi representado por Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática. "Até 2023, a gente não financiava diretamente aquisição de ônibus. O BNDES financiava metrô, VLT, BRT. Na mobilidade urbana, estava muito focado em financiamento de média e alta capacidade. Mas nós entendemos que financiar ônibus é muito importante para o país e para as grandes cidades. É muito importante para São Paulo. Hoje somos o maior financiador de ônibus da América Latina", disse ela durante seu pronunciamento.

As bases do apoio do BNDES ao município de São Paulo foram definidas em contrato assinado no fim do ano passado. Ele garantiu um financiamento no valor R$ 2,5 bilhões para a aquisição de um total de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional. A operação contribui para que a capital paulista possa atingir a meta fixada pela Lei Municipal 14.933/2009, que envolve zerar a emissão de gás carbônico (CO²) de origem fóssil até 2038.

De acordo com o prefeito Ricardo Nunes, a circulação dos novos 120 ônibus elétricos proporcionará um transporte ambientalmente e economicamente mais sustentável. A cidade deixará de consumir 35 mil litros de diesel por ano e deixará de emitir 10,4 mil toneladas de CO² na atmosfera. Ele destacou o compromisso do município com uma mobilidade que reduza a emissão de gases de efeito estufa e com o combate às mudanças climáticas. “A gente vem tendo um avanço superimportante com ônibus não poluentes, silenciosos, que proporcionam mais qualidade de vida a motoristas, cobradores e passageiros”, acrescentou.

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Além de contribuir com o meio ambiente e com a melhora da qualidade do ar, os novos coletivos foram projetados para oferecer ao usuário uma experiência mais positiva e agradável já que emitem menos ruídos e são equipados com ar-condicionado, tomadas USB para recarga de dispositivos móveis e sinal Wi-Fi. Para ampliar a segurança, uma parte deles conta ainda com câmeras integradas ao Smart Sampa, sistema de monitoramento da prefeitura.

Maior financiador - Em maio desse ano, um estudo apontou o BNDES como o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina. Intitulado “Mecanismos de financiamento disponíveis para ônibus e veículos de carga zero emissões”, o trabalho foi realizado pelo C40 Cities, uma rede global que reúne municípios engajados contra a crise climática, e pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de pesquisas.

De acordo com o estudo, o BNDES responde por mais de 12% do valor total alocado a projetos de ônibus elétricos na América Latina. Na sequência, aparecem a empresa privada VG Mobility, com cerca de 10%, e o banco comercial BNP Paribas, com aproximadamente 8%. Além do BNDES, outros bancos públicos brasileiros figuram entre os 20 principais financiadores da região, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Desde 2023, o total do crédito aprovado pelo BNDES para ônibus elétricos soma mais de R$ 3,8 bilhões, em projetos para os municípios de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, para o estado do Espírito Santo e para o operador privado Mobibrasil. Os financiamentos alavancam R$ 5,4 bilhões em investimentos e são destinados à aquisição de 1.701 ônibus para o transporte público, que representam potencial de redução de emissões de 115 mil toneladas de CO² ao ano.

Os novos financiamentos em ônibus elétricos estão integrados ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), lançado em 2023 pelo governo federal para impulsionar o desenvolvimento econômico e social. Um dos eixos do Novo PAC é voltado para a promoção de Cidades Mais Sustentáveis e Resilientes e inclui esforços na direção de uma mobilidade urbana sustentável. Entre eles, estão as iniciativas do programa de Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano (Refrota), sob coordenação do Ministério das Cidades e com participação do BNDES.