BNDES e Finep concluem avaliação de propostas de chamada pública de projetos com foco em minerais estratégicos

  • Foram selecionados 56 planos de negócios para a próxima fase de elaboração do Plano de Suporte Conjunto (PSC), totalizando R$ 45,8 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) divulgaram, nesta quinta-feira, 12, a lista das empresas selecionadas na chamada pública voltada à seleção de planos de negócio para transformação de minerais estratégicos, com foco na transição energética e na descarbonização da economia.

Ao todo, foram selecionados 56 planos de negócios que seguem agora para a fase de elaboração do Plano de Suporte Conjunto (PSC), com valor total estimado em R$ 45,8 bilhões. Os projetos selecionados receberão indicação de instrumentos financeiros do BNDES e da Finep, que poderão ser utilizados para viabilizar os empreendimentos. As propostas foram analisadas por um grupo de trabalho formado por representantes das duas instituições, conforme previsto no edital. A lista dos selecionados está disponível em: https://bndes.gov.br/minerais-estratégicos.

Entre os destaques, estão 10 projetos voltados a terras raras; 8, ao lítio; 6, ao grafite; 4, ao cobre; e 4, ao silício. Alguns planos abrangem mais de um tipo de mineral. Esses elementos são fundamentais para a produção de baterias, motores elétricos, painéis solares, eletroeletrônicos e outras tecnologias ligadas à economia verde e à indústria de baixo carbono.

Lançada em janeiro deste ano, a chamada pública recebeu 124 propostas de empresas e consórcios interessados em desenvolver soluções tecnológicas e industriais voltadas à crescente demanda por materiais críticos. Cada proponente pôde apresentar apenas um plano de negócio, com valor mínimo de financiamento superior a R$ 20 milhões.

O total demandado pelas propostas foi de R$ 85,2 bilhões, o que evidencia o alto potencial de desenvolvimento da cadeia mineral no Brasil. Esses minerais são considerados estratégicos para a transição energética global e estão no centro de uma disputa internacional por capacidades produtivas ligadas a setores como baterias e veículos elétricos. O Brasil reúne condições únicas para se consolidar como um dos principais produtores desses insumos, com baixas emissões e padrões superiores de sustentabilidade.

“O apoio a esses investimentos, por orientação do presidente Lula, contribui para a autonomia tecnológica e para a sustentabilidade ambiental do Brasil, posicionando o país como protagonista da economia de baixo carbono”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

A iniciativa visa fomentar investimentos em produção, inovação e manufatura, envolvendo minerais como lítio, grafite, cobre, níquel, terras raras e outros insumos essenciais para tecnologias limpas e renováveis. Inicialmente, foram disponibilizados até R$ 5 bilhões em instrumentos financeiros, incluindo crédito, subvenção econômica e apoio não reembolsável. Os planos de negócios puderam ser apresentados individualmente ou por consórcios, até o dia 30 de abril.

Para José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, a seleção marca um avanço decisivo da política industrial. “Estamos avançando com investimentos estratégicos que combinam inovação, sustentabilidade e geração de empregos de qualidade. A seleção das propostas demonstra o compromisso do governo do presidente Lula em criar oportunidades de desenvolvimento para o país e para o povo brasileiro. Estamos pavimentando um caminho de crescimento sustentável, fortalecimento da indústria nacional e protagonismo global na transição energética”, destacou.

O presidente da Finep, Elias Ramos, reforçou que “ao apoiar esses investimentos, contribuímos diretamente para a autonomia tecnológica, posicionando o país como protagonista de uma economia de baixo carbono.”

O edital definiu como elegíveis empresas brasileiras com atuação nas cadeias produtivas de minerais para transição energética e descarbonização, além daquelas voltadas à pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. Também puderam participar empresas com capacidade de desenvolver tecnologias e empreender atividades de produção e/ou comercialização de materiais transformados ou produtos manufaturados voltados à nova indústria de baixo carbono.

Foto: Ricardo Telles/Portal Brasil

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