BNDES apresenta no Rio Grande do Norte a chamada pública de R$ 10 bilhões para a indústria do Nordeste
- Objetivo é fortalecer a indústria da região, estimular a inovação, ampliar a capacidade produtiva e gerar emprego e renda de forma sustentável
Representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de instituições parceiras apresentaram nesta segunda-feira (18), no Rio Grande do Norte, as diretrizes da chamada pública de projetos para o Nordeste da Nova Indústria Brasil (NIB). A iniciativa, que prevê R$ 10 bilhões em crédito para projetos estruturantes com foco em inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável, é a maior chamada de projetos para indústria já feita para o Nordeste.
O evento foi realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado (Fiern) e reuniu empresários, investidores, gestores públicos e representantes das principais instituições financeiras do país. No encontro, foram apresentadas as oportunidades de acesso a crédito para projetos do setor produtivo na região.
Os representantes das instituições têm percorrido a região com um objetivo claro: aproximar empresas e cooperativas dos instrumentos de financiamento disponíveis para fortalecer a indústria regional.
No RN, o foco foi mostrar que há espaço e recursos para transformar ideias em projetos concretos, dentro de áreas estratégicas da chamada, como energias renováveis (com foco em armazenamento), bioeconomia (foco em fármacos), hidrogênio verde, data centers verdes, setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas.
Rodrigo Aguiar, gerente de Ralacionamento Nordeste do BNDES
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
Representando o BNDES, o gerente de Relacionamento Nordeste, Rodrigo Aguiar, chamou atenção para a oferta de recursos. “Estamos aqui para mostrar ao setor produtivo as oportunidades de investimentos e os diferentes instrumentos financeiros disponíveis. A região tem um potencial enorme de projetos que podem ser atendidos”, disse Aguiar.
Roberto Serquiz, preesidente da Fiern
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
O presidente da Fiern, Roberto Serquiz, ressaltou a importância de reunir o setor produtivo e as instituições financeiras para superar os entraves do crédito. Segundo ele, o grande desafio está na burocracia, no custo e na velocidade com que os recursos chegam a quem precisa. Já o vice-presidente da federação, Ednaldo Barreto, acrescentou que a integração do Consórcio Nordeste com os bancos públicos federais simboliza um novo ambiente de oportunidades para a indústria potiguar.
Pedro Lima, do Consórcio Nordeste
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
O secretário de Desenvolvimento Regional do Consórcio Nordeste, Pedro Lima, reforçou a expectativa de que a chamada movimente grandes volumes de investimento em toda a região. “Esperamos que essa chamada mobilize mais de R$ 50 bilhões em projetos. Queremos acabar com a ideia de que no Nordeste não há propostas estruturantes. Na verdade, há muitas, e o Rio Grande do Norte é exemplo disso. Nosso objetivo é dar visibilidade a essas iniciativas e apoiar sua execução”, afirmou.
Rafaelly Fortunato, da Finep
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
A gerente substituta Regional da Finep no Nordeste, Rafaelly Fortunato, ressaltou que a iniciativa amplia o alcance de investimentos nacionais e internacionais. “Essa chamada é muito importante para atrair investimentos para a nossa região. Ela está aberta tanto para empresas nacionais quanto para estrangeiras que queiram se nacionalizar, desde que realizem investimentos na nossa região. Foi uma soma de esforços das instituições que vai trazer novos resultados para a indústria”, explicou.
Tiago Lima, superintendente regional da Caixa
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
O superintendente regional da Caixa Econômica Federal (Caixa), Tiago Pereira, também reforçou a relevância do encontro. Para ele, a união das instituições financeiras com o setor produtivo e os governos é o caminho para ampliar a efetividade das políticas públicas. “Este é um momento emblemático porque coloca na mesma sala diferentes atores com um objetivo comum: trazer desenvolvimento para o Nordeste”, disse.
Aldemir Freire, diretor de Planejamento do BNB
Foto: Miguel Sampaio/BNDES
Já o atual diretor de Planejamento do Banco do Nordeste (BNB) e ex-secretário estadual de Planejamento, Aldemir Freire, destacou as vantagens competitivas do estado. Segundo ele, o Rio Grande do Norte se consolidou como referência na legislação de incentivos fiscais à indústria, atraindo empreendimentos para o interior e evitando a perda de empresas para outros estados. “Hoje, o Rio Grande do Norte tem a melhor legislação de incentivos da região. Isso atraiu indústrias e fez com que algumas até centralizassem suas operações aqui. Estimamos que a demanda por projetos seja de quatro a cinco vezes maior que o valor inicial da chamada, podendo chegar a R$ 10 bilhões apenas no Rio Grande do Norte”, afirmou.
Chamada Nordeste – A chamada pública integra a Nova Indústria Brasil, política lançada pelo governo federal para modernizar o setor industrial, estimular a inovação e fortalecer cadeias produtivas estratégicas. No Nordeste, o edital reúne, pela primeira vez, o BNDES, Banco do Brasil (BB), Caixa, BNB e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em uma ação conjunta, com apoio técnico da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Consórcio Nordeste.
Podem participar empresas e cooperativas que apresentem projetos alinhados às temáticas prioritárias. As propostas podem contemplar desde a instalação de infraestrutura física, aquisição de máquinas e equipamentos, implantação de plantas-piloto e contratação de recursos humanos até parcerias com universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até 15 de setembro de 2025, às 18h. O processo de avaliação ocorrerá até 28 de novembro e, a partir de janeiro de 2026, os projetos selecionados iniciam a fase de contratação e execução.
Foto: Miguel Sampaio/BNDES