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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:11:49 26/04/2019 |INFRAESTRUTURA

Ultima atualização: 11:17 29/04/2019

Novo ciclo de investimentos em infraestrutura e construção civil em debate no BNDES

Segurança jurídica e regulatória, previsibilidade de demanda, projetos bem estruturados, incentivo à inovação, aumento da produtividade do setor e boas práticas de compliance são os principais desafios a serem superados para alavancar os investimentos em infraestrutura no Brasil. Esse foi o diagnóstico comum levantado por autoridades do Governo Federal, entidades de classe, instituições financeiras, órgãos de controle e investidores do setor nesta quinta-feira, 25, durante o seminário “Novo ciclo de investimentos em infraestrutura e a transparência na construção civil”, no Teatro BNDES, no Rio.

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Levy: “É importante que haja concorrência, transparência, integridade e oportunidades para empresas de vários tamanhos".


Na abertura do evento, o presidente do BNDES, Joaquim Levy relacionou os investimentos em infraestrutura ao aumento da produtividade da economia e na melhoria das condições de vida das pessoas. Ele enfatizou a existência de demanda pelos investidores locais e estrangeiros em participar de projetos de longo prazo. Mas, para isso, é necessário “definir o pipeline de projetos, acelerar privatizações e articular os diversos atores envolvidos”, defendeu.

Empresas robustas, transparentes e em conformidade são, na opinião do presidente, resultado da construção de um “ambiente que estimule o trabalho sério e a excelência”. Segundo o presidente do BNDES, “esse é o caminho para termos um setor de construção civil forte e capaz de entregar o que a sociedade espera e de aproveitar as oportunidades que surgem”.

Levy também mediou o painel “Novo panorama da construção civil do Brasil”, com o Brazil Country Manager do International Finance Corporation (IFC), Hector Gomez Ang; o presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), Jose Carlos Martins; o presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), Venilton Tadini, e associate partner, da Patria Investments, Felipe Pinto.

“No mercado de construção civil, é importante que haja concorrência, transparência, integridade e oportunidades para empresas de vários tamanhos. Essa dinâmica favorece a resolução dos problemas do Brasil, aumentando o bem-estar da população”, defendeu Levy.

 

Leia o artigo "Uma agenda para o futuro da construção civil" disponível do Blog do Desenvolvimento.

 

Para José Carlos Martins, credibilidade, inovação e crédito são os três fatores-chave para destravar investimentos no setor. “Precisamos reduzir o grau de incerteza, ter continuidade nos aportes à pesquisa, desenvolvimento e inovação e fomentar seguradoras a ocupar mais espaço nesse mercado”, disse.

 

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José Carlos Martins, presidente executivo da ABDIB


Felipe Pinto apontou o crescimento acelerado da fatia de produtos financeiros de infraestrutura no portfólio de investidores privados. “Existe capital. Mas ele é inteligente, tem acesso a uma ampla gama de produtos e escolhe somente após comparar as alternativas disponíveis”, disse. “E o que eles avaliam é segurança jurídica, respeito a contratos e um pipeline robusto de projetos com risco ajustado ao retorno”. Ainda segundo ele, o Brasil representa uma das melhores oportunidades de investimentos. “Basta aliar bons projetos, previsão de demanda e regulação sólida. Não vai faltar capital”, disse o executivo da Pátria Investments.

 

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Segundo Felipe Pinto (Pátria Investments), o Brasil representa uma das melhores oportunidades de investimentos


McKinsey: Investimento de 1% em infra ao longo de 10 anos gera impacto de 1,6% no PIB

 

Apresentar a experiência internacional do setor de construção e suas boas práticas de gestão, inovação, produtividade e governança são os objetivos do estudo “O novo ciclo de investimentos em infraestrutura e o setor de construção civil – Agenda para o futuro”, realizado pela McKinsey a pedido do Private Sector Participation Program, uma parceria entre BNDES, IFC e BID.

Carlos Gondim, associate partner da McKinsey, que apresentou um resumo do documento durante o seminário, apontou o efeito multiplicador dos investimentos em infraestrutura nos países em desenvolvimento. “A média global de investimentos de 1% ao longo de 10 anos, gera um impacto estimado de 1,6% no PIB, podendo ser ainda maior no caso do Brasil que tem um ‘gap’ de 45% no estoque de infraestrutura".

 

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Carlos Gondim (Mackinsey)

 

Estratégia governança e estruturação de projetos

 

Em painel que discutiu “Estratégia, governança e estruturação de projetos”, o secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Adalberto Vasconcelos, anunciou a elaboração de medida provisória que define o BNDES como principal parceiro do programa na estruturação de projetos de infraestrutura. “O Banco será nosso principal parceiro na estruturação de projetos urgentes e necessários ao país”, disse o secretário.

Segundo ele, “Padronização nos processos de contratação, acompanhamento dos ministérios setoriais e implantação constante de soluções são fatores que permitiram à equipe do PPI qualificar projetos com rapidez, além de facilitar a verificação pelos órgãos de controle”, defendeu Adalberto.

 

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Vasconcelos: “O BNDES será nosso principal parceiro na estruturação de projetos urgentes e necessários ao país"


Também convidada do painel, a superintendente da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Solange Paiva contou o andamento da frente de atuação parlamentar para aprimorar o marco regulatório do setor de seguradoras.

“Estamos discutindo um projeto de lei que vai permitir às seguradoras fazer o ‘step-in’, ou seja, assumir o lugar do contratado inadimplente e contratar outra empresa para terminar a obra ou executar os serviços sem necessidade de nova licitação. Isso vai dar agilidade à execução dos projetos e alterar radicalmente o processo licitatório de grandes obras públicas”, adiantou. Segundo ela, as seguradoras já afirmaram ter capacidade de dar andamento aos projetos em caso de inadimplência do contratado.

 

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Superintendente da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), Solange Paiva 

Encerrando o painel, a diretora de Governo e Infraestrutura do BNDES, Karla Bertocco, destacou o momento de reorientação estratégica e o novo papel do Banco, “não apenas no financiamento com recursos atraentes, mas na articulação dos agentes do processo, no apoio aos entes subnacionais, na estruturação de projetos e no equacionamento com funding público onde o setor privado tem dificuldade de atuar”.

Para isso, enfatizou a necessidade de conhecer bem os projetos. “Se temos disposição de trabalhar no financiamento de longo prazo, assumiremos maior risco, por isso, precisamos atuar logo no início, na estruturação dos projetos, e assim conhecer com profundidade os projetos que vamos apoiar”.

 

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Karla Bertocco, diretora de Governo e Infraestrutura do BNDES.


Segundo a diretora do BNDES, “bons projetos tem propósito claro – revertem em benefício para a população, são financiáveis – observam o contexto regulatório e o apetite do mercado, contam com estrutura de garantias robusta e estão atentos aos impactos da corrida tecnológica”, afirmou.

Também participaram da mesa, a secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias (Ministério da Infraestrutura), Natália Marcassa; e o secretário-Geral Adjunto de Controle Externo (TCU) Marcelo Luiz Souza da Eira.

 

Assista a íntegra do evento abaixo: