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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:20:57 16/05/2023 |INSTITUCIONAL

Ultima atualização: 13:05 17/10/2023

“Não estamos propondo o BNDES do passado, mas o BNDES do futuro”, diz diretor em anúncio de lucro trimestral

  • No primeiro trimestre deste ano, Banco teve lucro recorrente de R$ 1,7 bi

  • Recuo advém, sobretudo, do menor saldo médio de Tesouraria, em virtude, principalmente, de liquidações antecipadas ao Tesouro no 4º tri/22

  • Lucro líquido, que é influenciado por eventos extraordinários como dividendos e reversão de provisão para risco de crédito, foi de R$ 4 bi

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido recorrente de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2023. Esse lucro é calculado desconsiderando eventos extraordinários, como resultado com alienações de ativos, provisão para risco de crédito e receitas com dividendos e Juros Sobre Capital Próprio (JCP). No mesmo período do ano passado, o valor registrado foi de R$ 2,3 bilhões.

O recuo decorre principalmente do menor saldo médio de Tesouraria - em virtude, principalmente, de liquidações antecipadas de dívidas junto ao Tesouro Nacional feitas no último trimestre de 2022. Os números foram apresentados pelos diretores Alexandre Abreu e Nelson Barbosa nesta terça-feira, 16, em coletiva de imprensa no escritório do BNDES em São Paulo.

“A diminuição do caixa é um fator que vai perdurar por algum tempo”, disse Abreu, diretor Financeiro do Banco. “Continuamos tendo de captar a Selic para fazer frente a empréstimos que foram concedidos a TJLP”, explicou. Ele destacou uma negociação que está em curso para alongar o pagamento de parcela de R$ 23 bilhões ao Tesouro Nacional prevista para este ano.

“Estamos conversando com o Ministério da Fazenda e o TCU para realizar esse pagamento dentro desse mandato, até 2026. Com isso, podemos obter uma melhora de caixa”, complementou Barbosa, diretor de Planejamento.

O produto de intermediação financeira recorrente atingiu R$ 4,4 bilhões, valor 12% menor frente o mesmo período do ano anterior. Esse resultado exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e resultados obtidos com investimentos em coligadas - entre outros efeitos de caráter esporádico -, além de receitas com dividendos/JCP e reversões ou constituições de provisão para risco de crédito (PRC).

Lucro líquido - O lucro líquido no primeiro trimestre de 2023 foi de R$ 4 bilhões, impactado por receitas com dividendos/JCP de R$ 2,4 bi (basicamente Petrobras) e pela reversão líquida de R$ 700 milhões de créditos provisionados em exercícios anteriores - principalmente honra de R$ 300 milhões pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 468,1 bilhões, representando 68,3% dos ativos totais em 31 de março de 2023, mesmo patamar de 31 de dezembro de 2022. A mesma estabilidade verificou-se no saldo da carteira de crédito expandida (inclui debêntures), em R$ 479 bilhões. O efeito da apropriação de juros e atualização monetária foi atenuado pelo retorno líquido das operações (liquidações foram superiores aos novos desembolsos).

A carteira de participações societárias totalizou R$ 57,5 bilhões em 31 de março de 2023, queda de 8,3% no trimestre, resultado, principalmente, da redução do valor de mercado de empresas investidas no trimestre, em especial, JBS, Eletrobras e Petrobras.

Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 685,8 bilhões em 31 de março de 2023, aumento de R$ 2 bilhões (0,3%) em relação a 31 de dezembro de 2022.

Desempenho - Os desembolsos totais, incluindo debêntures, outros ativos de crédito, operações de renda variável e não reembolsáveis, cresceram 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e somaram R$ 19,1 bilhões neste primeiro trimestre. Todavia, houve queda de 44,8% frente aos R$ 34,6 bilhões desembolsados nos últimos três meses de 2022.

Alexandre Abreu destacou que deve haver aumento de desembolsos este ano, devido a um crescimento das consultas (primeira etapa de tramitação de um pedido de empréstimo no BNDES, seguida das eventuais aprovação e contratação). “Devemos desembolsar algo em torno de R$ 100 bi em 2023, o que representa 1% do PIB”, informou. Segundo Nelson Barbosa, a meta é dobrar os desembolsos até 2026, chegando a 2% do PIB.

O executivo detalhou um conjunto de medidas em curso para que esse patamar seja alcançado. Citou acordo com o Ministério da Fazenda para que o Banco pague 25% de dividendos ao Tesouro, e não mais 60%. “Vamos pagar R$ 14 bilhões a menos de dividendos este ano. Também estamos acreditamos que o Fundo Clima pode ser ampliado, com o Tesouro emitindo green bonds e aplicando os recursos para financiar o desenvolvimento sustentável”, adiantou.

“O que estamos propondo é um aumento do crédito do BNDES com captações de mercado, captações externas e captações domésticas em Letras de Crédito de Desenvolvimento (LCD), como já acontece com LCI e LCA. Seria um crédito direcionado, mas não subsidiado. Onde sugerimos que haja subsídio, é limitado, com teto, transparência, valor presente incluído no orçamento, para atividades que geram altos retornos sociais para o Brasil: metrô, escola, transição energética. Os efeitos são muito positivos no longo prazo. Temos de olhar os benefícios também, e não apenas o custo. Temos de saber usar o instrumento do subsídio. Há casos de sucesso e de fracasso. Estamos nos baseando nos casos de sucesso, como o boom de energia solar e eólica recente., que é fruto de incentivos tributários dados. Não estamos propondo o BNDES do passado, estamos propondo o BNDES do futuro, e isso merece um voto de confiança”, disse.

A inadimplência (+ 90 dias) manteve-se em patamar baixo, oscilando de 0,13% em 31 de dezembro de 2022 para 0,06% em 31 de março de 2023, inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que foi de 3,33% geral e 0,53% para grandes empresas, ambas na mesma data.

A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, com 94,2% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 31 de março de 2023. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional:  91% em 31 de dezembro de 2022 (última informação disponível).

Fontes de recursos – Em 31 de março de 2023, FAT e Tesouro Nacional representavam 58% e 7,1%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES, mesmo patamar do fechamento do último exercício. O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 46,6 bilhões, ligeira redução de 2,3%.

O FAT manteve-se como principal credor. No trimestre, ingressaram R$ 5,5 bilhões do FAT Constitucional, e foi apropriado o montante de R$ 1,8 bilhão referente aos juros, líquidos dos pagamentos ordinários. O saldo do fundo com o BNDES em 31 de março de 2023 foi de R$ 378,9 bilhões.

Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 171 bilhões em 31 de março de 2023, ante R$ 175,5 bilhões em 31 de dezembro de 2022.

O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, oscilando de 34,6% ao final de dezembro de 2022 para 33,1% em março de 2023, muito acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central.

Esse índice é acima, também, do que bancos de desenvolvimento em geral costumam trabalhar, que é de 15% a 19%. Isso, salientou o diretor Nelson Barbosa, abre margem para que o BNDES possa “emprestar mais, com responsabilidade financeira e fiscal”

Para acessar as demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias, acesse o Portal de Relações com Investidores: bndes.gov.br/relacoes-com-investidores.