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Por: Agência BNDES de Notícias
Publicação:14:26 11/06/2024 |CULTURA |MEIO AMBIENTE |NORTE
Ultima atualização: 16:20 11/06/2024
O Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) anuncia nesta terça-feira, 11, a aprovação de concessão de apoio não reembolsável de US$ 800 mil (aproximadamente R$ 4,2 milhões) ao Governo do Estado do Pará para a criação do Museu das Amazônias, que conta com o suporte técnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no âmbito de acordo de cooperação técnica em celebração entre a instituição e a Secretaria de Cultura do Pará. O museu, que será instalado em um dos galpões do Porto de Belém, será um dos legados deixados pela 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), realizada em Belém (PA), em novembro do ano que vem.
O evento de anúncio do acordo de cooperação e da doação, realizado na sede do BNDES, no Rio, contou com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, do presidente executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados e participação virtual do governador do Estado do Pará, Hélder Barbalho. O BNDES colabora no esforço de articulação de novos parceiros e apoios para a viabilização do museu.
“O Banco soma seus esforços a ações já existentes para a implementação do projeto”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Legado da COP30, o Museu das Amazônias será um equipamento de difusão científica e cultural, que dará voz aos seus habitantes e comunidades, de forma duradoura, construtiva e lúdica, fomentando um novo polo turístico agregador”, completou.
“Lançamos hoje a pedra fundamental desse espaço tão importante, que será um dos principais legados da COP30 e que vai muito além de ser um museu como conhecemos tradicionalmente. Será um espaço de informação, de capacitação, educativo, e que possibilitará o vislumbre da complexidade e da riqueza da Amazônia, que se estende por oito países e que é pilar fundamental da biodiversidade e da sustentabilidade climática do planeta. Com esses recursos iniciais, faremos essa iniciativa decolar, com o apoio do BNDES em seu papel de articulador de parceiros que viabilizem a construção desse valioso bem cultural brasileiro”, declarou Díaz-Granados.
"Agradeço mais uma vez a parceria e celebro este momento tão importante para a cultura do povo paraense e da Pan Amazônia, que contribui para o processo educativo e pedagógico de nossos visitantes e para construção de uma Amazônia cada vez mais sustentável, inovadora, resiliente e justa para todos e todas.", disse o governador do Pará, Helder Barbalho, em vídeo transmitido durante o evento.
O plano de trabalho do projeto é fruto de acordo de cooperação já firmado pelo governo paraense com o Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). Os recursos do CAF serão destinados ao desenvolvimento do desenho e à implantação dos projetos executivos necessários para a construção do museu, assegurando a qualidade técnica, os critérios de sustentabilidade e o alinhamento com as diretrizes aplicáveis à região amazônica, incluindo o estado do Pará e o município de Belém.
A cooperação internacional inclui também o desenvolvimento de programas de investigação, inovação, desenvolvimento tecnológico e de conhecimentos tradicionais locais e ancestrais, sob os conceitos programáticos do Museu. Além disso, está previsto o estabelecimento de um plano museológico e de programas de capacitação para docentes, educadores e investigadores e redes colaborativas entre atores-chave, promovendo o intercâmbio de experiências, a colaboração e o desenvolvimento contínuo das práticas educacionais e científico-culturais relacionadas à Amazônia.
A construção do conteúdo museográfico e expográfico terá a parceria do Museu Goeldi (MCTI), que também atuará na articulação com centros de pesquisa e produção científica da Pan-Amazônia. O conceito proposto é o de um espaço interativo para compartilhar e aplicar o conhecimento científico, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e os saberes tradicionais, comprometido com a sustentabilidade, biodiversidade e pluralidade cultural.
O museu contemplará um olhar sobre os povos de todos os territórios que compõem a Amazônia, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, em quatro eixos temáticos: Amazônia milenar – que promove os saberes ancestrais indígenas; Amazônia secular – um olhar para os ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, seringueiros, pescadores e outros povos que ocupam a região há séculos; Amazônia degradada – alertando o risco sobre a região e o mundo; e Amazônias possíveis – um debate sobre os rumos do bioma.