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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:11:16 12/03/2021 |INSTITUCIONAL

Ultima atualização: 13:05 17/10/2023

André Telles/Divulgação BNDES

Com participação histórica de pequenas e médias empresas, BNDES tem lucro recorde em 2020: R$ 20,7 bi

  • Pela primeira vez, Banco desembolsou mais a pequenas e médias do que a grandes empresas

 

  • Desembolso, de R$ 64,9 bilhões, cresceu 17% em relação a 2019

 

  • Receita com vendas de ações atingiu R$ 45,4 bilhões

 

  • Ações emergenciais de combate à pandemia contribuíram para manter 9,6 milhões de empregos

 

No ano em que retomou sua atuação anticíclica para apoiar a vida e os empregos dos brasileiros frente aos efeitos da pandemia da Covid-19 no País, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) alcançou algumas marcas inéditas no seu desempenho e resultado financeiro. Os números foram apresentados nesta sexta-feira, 12, pelo presidente Gustavo Montezano e a Diretoria do Banco, com um balanço das ações da instituição no ano passado.

“Se eu tivesse que resumir a performance do BNDES no ano passado, diria que foi uma performance robusta, tanto no que diz respeito a entregas para a sociedade quanto na execução da estratégia e também sob a ótica financeira. Tivemos lucro recorde”, adiantou Montezano. Em 2020, o Banco apresentou lucro líquido de R$ 20,7 bilhões, ao mesmo tempo em que, pela primeira vez na sua história, desembolsou mais recursos para pequenas e médias empresas do que para as grandes, com 52% dos recursos destinados às firmas menores. No ano, o BNDES apoiou mais de 460 mil clientes, que empregam mais de 10 milhões de pessoas.

O lucro líquido de R$ 20,7 bilhões — 17% acima do registrado em 2019 — foi impactado pela oferta pública de ações da Petrobras, realizada em fevereiro, pela venda de ações de Vale e Suzano e pelas receitas com dividendos das empresas investidas. A intermediação financeira colaborou com o lucro em R$ 12,8 bilhões em 2020 (veja outros indicadores financeiros do Banco em boxe ao final desta metéria).

4o Trimestre – Considerado apenas o último trimestre de 2020, o BNDES registrou lucro líquido de R$ 7,0 bilhões. O desempenho foi fortemente influenciado pelo resultado com participações societárias, principalmente as alienações de ações de Suzano e Vale, cada uma contribuindo com um lucro líquido de R$ 2,4 bilhões. “Desinvestimos de forma organizada, cautelosa, prudente e sem afetar o mercado”, avaliou o presidente do Banco.

A despeito do cenário econômico, que levou à revisão da classificação de risco de crédito das empresas dos setores mais afetados pela pandemia do COVID-19, a despesa com provisão para risco de crédito no ano foi reduzida em R$ 856 milhões no quarto trimestre, favoravelmente impactada pela recuperação de créditos anteriormente baixados.

 

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Desembolsos – Os desembolsos do BNDES totalizaram R$ 64,9 bilhões, o que representa um aumento de 17% frente a 2019. Esses desembolsos (sem contar as medidas emergenciais) apoiaram 134 mil empresas no ano passado, sendo que 58 mil foram novos tomadores, que não acessavam o Banco pelo menos nos últimos seis anos.

Pela primeira vez desde 1995, quando esses dados começaram a ser calculados, os desembolsos do BNDES a MPMEs foram superiores a todos os demais para outros clientes do Banco, atingindo a marca de 52%. Esses desembolsos a MPMEs chegaram a R$ 34,1 bilhões no ano passado, subindo 27% em relação ao ano anterior  

Do ponto de vista setorial, destaca-se o aumento do financiamento a Comércio e Serviços, com um total de R$ 10,3 bilhões (alta de 66% em relação a 2019), puxado pelas medidas anticíclicas de combate à crise da Covid-19. Outro setor de destaque foi a infraestrutura, com R$ 24,8 bilhões em desembolsos. Desse montante, os subsetores de energia (R$ 15,8 bilhões) e transportes rodoviário e ferroviário (R$ 5,9 bilhões) lideraram os volumes de operações.

Ação anticíclica – O BNDES trabalhou junto ao Governo Federal no lançamento de produtos especiais para o enfrentamento da crise, entre eles ações específicas para o setor de saúde, o PESE (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) e o FGI PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito). Este último, Montezano qualificou como o destaque da atuação anticíclica. “Fizemos chegar 92 bilhões a MPMEs”, destacou.

Enquanto o apoio geral do BNDES beneficiou cerca de 466 mil clientes (que empregam mais de 10 milhões de pessoas), as medidas emergenciais de combate aos efeitos da Covid-19, como FGI PEAC, PESE e PEAC Maquininhas deram fôlego a 393 mil empresas. Desse total, a maior parte em valores, número de empresas apoiadas e empregos foram as companhias de pequeno e médio portes.

Saúde – Com a chegada da pandemia ao Brasil, o BNDES teve uma atuação relevante no setor de saúde, apoiando desde a linha de frente de combate à Covid-19 até a saúde financeira das empresas do setor. Entre os R$ 155,4 bilhões da ação total do BNDES contra o coronavírus, valor atualizado até março, foram apoiados 1,7 mil equipamentos médicos, 2,9 mil leitos dedicados à pandemia e 4 milhões de testes diagnósticos para a Covid-19.

Além disso, foi lançado o Matchfunding Salvando Vidas, um modelo inovador de financiamento coletivo em que o BNDES dobrou cada apoio financeiro de pessoas e empresas, ajudando o Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.

Fábrica de projetos – A carteira de projetos de desestatização do BNDES chegou a 121 ativos (44 federais, 69 estaduais e 8 municipais). Ao todo estimam-se R$ 223 bilhões em capital mobilizado (investimento e outorgas). Em comparação com 2019 a carteira aumentou 112% na quantidade de projetos e 27% no volume de capital.

Em 2020, ocorreram leilões e contratações de projetos de iluminação pública, saneamento básico e energia elétrica. Entre os principais destaques que se somaram à Fábrica de Projetos do BNDES no último semestre estão a maior parte dos 45 projetos relacionados a meio ambiente, em concessões de parques e florestas.

Para Montezano, “O Banco de serviços se consolidou ao longo do ano passado, e as primeiras entregas começam a ser percebidas pela sociedade, como o leilão do saneamento em Alagoas e o leilão da CEB-D”, disse. “Estamos caminhando de fato para ser um Banco multiprodutos e multisserviços. O BNDES não deve ser medido pelos dados financeiros. Temos estabilidade como poucos bancos no mundo e temos de focar os resultados e a eficácia nos impactos socioambientais e em como estamos ajudando a mudar a vida dos brasileiros”, completou o presidente.

Indicadores Financeiros

 

O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 778,3 bilhões em 31 de dezembro de 2020, aumento de R$ 50,2 bilhões no ano (6,9%). A carteira de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 446,9 bilhões, representando 57,4% dos ativos totais em 31 de dezembro de 2020, com acréscimo de 1,2%.

A inadimplência acima de 90 dias reduziu de 0,84% (desconsideradas as operações com honra da União) para 0,01%, retornando ao patamar de 2013 e ficando abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (2,12% em 31 de dezembro de 2020).

A boa qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, com 91,9% de suas operações classificadas nos níveis de risco entre AA e C. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,0% em 30 de setembro de 2020 (última informação disponível).

O índice de renegociação atingiu 51,26% dos créditos em 31 de dezembro, fortemente impactado pelo standstill no segundo trimestre, que alcançou 43% da carteira total. Essa medida foi tomada logo no início da pandemia no Brasil, quando ainda eram imprevisíveis os impactos da COVID-19. Apenas com essa suspensão de pagamentos, o BNDES beneficiou empresas que empregavam cerca de 2,5 milhões de pessoas.

A carteira de participações societárias (inclui participações em coligadas e não coligadas) totalizou R$ 81,8 bilhões a valor justo. A posição representa um decréscimo de 32,3% no ano, em função das alienações de ações (R$ 45,4 bilhões), atenuado pela valorização dos investimentos em não coligadas (R$ 7,9 bilhões).

Fontes de recursos – Em 31 de dezembro de 2020, FAT e Tesouro Nacional representavam 40,5% e 25,1%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. O FAT se manteve como principal fonte. O valor devido pelo Banco ao Tesouro atingiu R$ 195,3 bilhões em 31 de dezembro de 2020, apresentando uma redução de 2,2% em relação ao encerramento de 2019. O decréscimo decorre de pagamentos ordinários, no valor de R$ 16,0 bilhões. Não houve liquidações antecipadas em 2020. O saldo de captações externas totalizou R$ 35,4 bilhões, o que representa um acréscimo de 23,1% em relação a 31 de dezembro de 2019.

O patrimônio líquido aumentou de R$ 104,8 bilhões ao final de 2019 para R$ 113,0 bilhões ao final de 2020. Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 194,5 bilhões em 31 de dezembro de 2020 (ante R$ 191,7 bilhões em 31 de dezembro de 2019). O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 41,2% em dezembro de 2020, acima dos 9,25% exigidos pelo BC.

Eventos Subsequentes Algumas iniciativas de janeiro e fevereiro terão impacto nos balanços futuros do Banco, principalmente os desinvestimentos em ações de emissão da Vale (alienação integral) e a antecipação de recursos junto ao Tesouro Nacional de R$ 38 bilhões. A possibilidade de devolução do saldo remanescente, que inclui os instrumentos elegíveis a capital principal, será analisada no âmbito do Acórdão recente do Tribunal de Contas da União (TCU).

Saiba mais – As demonstrações financeiras completas do BNDES e de suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES na internet.

 

 Assista a íntegra da apresentação dos resultados ocorrida nesta sexta-feira, 12: