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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:12:04 11/04/2022 |CULTURA

Ultima atualização: 13:05 17/10/2023

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB

BNDES apoia digitalização de partituras clássicas brasileiras

  • Foco será digitalização de obras de compositores em domínio público, entre elas as de D. Pedro I e outros do período da Independência, além de Carlos Gomes, o principal compositor do século 19.
  • Iniciativa facilitará acesso gratuito online a até 5 mil partituras e contribuirá para promoção da música brasileira no Brasil e no exterior
  • Inovador e estruturante, o projeto será piloto para políticas públicas que envolvam acervos memoriais digitais

11.04.22

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará até R$ 1,9 milhão ao Instituto Musica Brasilis (IMB) para a execução do projeto de digitalização de partituras de compositores clássicos brasileiros provenientes de instituições de diversas regiões do Brasil. Serão digitalizadas partituras já editadas, porém esgotadas, e também obras emblemáticas nunca editadas. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, apoio financeiro do BNDES, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização do Instituto Musica Brasilis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal, A estimativa é de que até 5 mil partituras estejam online até a conclusão do projeto, prevista para agosto de 2024.

A ação já conta com o aporte de R$ 3 milhões do Instituto Cultural Vale, no âmbito do Resgatando a História, iniciativa inovadora para apoio ao patrimônio histórico estruturada pelo BNDES com parceiros privados. Ela também foi selecionada no edital Chamada Instituto Cultural Vale 2021, onde recebeu outros R$ 100 mil via Lei Federal de Incentivo à Cultura para execução ao longo de 2021.

O foco da ação será a digitalização das partituras de D. Pedro I e outros compositores do período da Independência, além das do compositor Antônio Carlos Gomes (1836-1896), cujo legado foi incluído em 2017 na Memória Internacional do Mundo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O acervo poderá ser acessado de forma universal e gratuita por meio do site do IMB e do IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia -, parceiro do projeto.

“O projeto contribuirá não apenas para a preservação desse precioso acervo cultural, mas para a difusão da música clássica brasileira como um todo, podendo inspirar uma futura ampliação para novas coleções. O Resgatando a História é o maior programa de preservação de patrimônio histórico já realizado no Brasil congregando esforços das iniciativas público e privada e conclamamos todos os interessados a unir recursos ao BNDES nesse compromisso com a cultura, turismo e educação”, comentou o diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do Banco, Bruno Aranha.

O aporte do BNDES se dará na modalidade não reembolsável, com incentivo fiscal pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, e representará 38% do valor total do projeto, que é de R$ 5 milhões. Serão geradas partituras digitais a partir de documentos pertencentes a uma rede de onze instituições parceiras, dentre as quais estão a Biblioteca Alberto Nepomuceno/UFRJ e a Biblioteca do CCBB-RJ, cujos acervos somam cerca de 50 mil partituras, além do Centro Cultural São Paulo, com 12 mil.

Para a seleção das obras, foi realizada consulta pública junto às instituições participantes do projeto, universidades, escolas de música e conservatórios, orquestras e bandas. A consulta foi estendida às redes de colaboradores do Musica Brasilis. A partir do resultado da consulta pública, um conselho de curadoria independente fará a seleção final das composições.

O projeto, o primeiro voltado à construção de um acervo digital na área musical, é um piloto com forte impacto estruturante na área de gestão do conhecimento, que pode inspirar políticas públicas voltadas a acervos memoriais digitais. Ele beneficiará também toda a cadeia de cultura do segmento musical, que terá grande ganho decorrente da ampliação da oferta de partituras acessíveis para serem executadas.

Há no Brasil, dispersas em diversas instituições, milhares de partituras cujas edições estão esgotadas. Estima-se que 80% do repertório musical brasileiro não dispõe de edições digitalmente acessíveis. Como consequência, é comum programações de concertos darem preferência a obras de compositores europeus, de acesso mais fácil e imediato. Com a universalização do acesso às partituras, estas poderão ser utilizadas e/ou impressas diretamente por interessados de qualquer parte do mundo, o que poderá tornar obras musicais brasileiras mais conhecidas, estudadas e executadas no exterior.

Dentre as milhares de partituras editadas e esgotadas, destacam-se as partituras impressas de obras de Carlos Gomes, compositor paulista do século XIX que criou cerca de 150 obras, entre as quais “O Guarany”, ópera de renome internacional. Apesar da importância de sua obra, muitas de suas óperas não têm partituras disponíveis através da web. O projeto facilitará o acesso.

“O que os músicos não podem tocar, o público não pode conhecer”, afirma Rosana Lanzelotte, presidente do IMB, que imaginou a iniciativa a partir de sua própria experiência como musicista.

O site do IMB, principal atividade permanente do Instituto, se dedica à curadoria, digitalização e disponibilidade de partituras de compositores brasileiros através da web. É bilíngue, tem mais de 60 mil acessos mensais e ferece uma coleção de cerca de 1,7 mil partituras digitais de 300 compositores brasileiros de todos os períodos, com partes separadas para cada instrumento, distribuídas gratuitamente quando livres de direitos. Desde que começou a ser monitorado, em 2013, o Portal recebeu cerca de 1,5 milhão de visitas de usuários de todo o mundo.