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BNDES - Agência de Notícias

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Por: Agência BNDES de Notícias

Publicação:20:14 11/11/2021 |INSTITUCIONAL

Ultima atualização: 20:39 11/11/2021

André Telles/BNDES

3º trimestre: BNDES lucra 29% mais, impulsiona desestatizações e anuncia linhas para economia verde

• Carteira total conta com 163 projetos de desestatização, que somam R$ 287 bilhões

• Ganho com alienações de participações societárias e debêntures impactaram o resultado acumulado

• Economia verde e desenvolvimento social representam mais da metade da carteira de crédito

Em um terceiro trimestre no qual deu importantes passos como estruturador de projetos — com a realização dos leilões da CEEE-T (RS), da Sulgás (RS) e de saneamento no Amapá, além de ter iniciado os processos de desestatização da ES Gás, de concessões florestais no Rio Grande do Sul e de PPPs de iluminação pública em Canoas e Caxias do Sul —, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 11,3 bilhões. 

O resultado — 29% acima do registrado entre julho e setembro do ano passado — foi apresentado nesta quinta-feira, 11, pela diretora Financeira, Bianca Nasser, e por demais integrantes da diretoria do BNDES, em live no canal do Banco no YouTube. Considerados os nove primeiros meses do ano, o lucro líquido do BNDES foi 93% acima do volume do mesmo período em 2020, chegando a R$ 26,4 bilhões, impulsionado pelos resultados com participações societárias.

Ausente do anúncio em função de sua participação na COP26, o presidente do Banco, Gustavo Montezano, enviou um recado desde Glasgow, onde cumpre agenda até esta sexta, 12. “O BNDES mostra, mais uma vez, um resultado sólido, consistente e aderente à pauta climática. Os dias na COP apenas ratificaram a nossa estratégia de ser um banco de proposito, um banco voltado ao impacto e, mais do que nunca, ao impacto climático, à descarbonização, à mitigação dos efeitos da emissão de carbono — no que o BNDES pode, vai e já está ajudando muito”, disse. 

SUSTENTABILIDADE – Ao fim do terceiro trimestre, 56,3% da carteira de crédito do BNDES (considerando operações diretas e indiretas não automáticas) vinculavam-se a projetos que apoiam a economia verde e o desenvolvimento social. No terceiro trimestre, os desembolsos para iniciativas dessa natureza totalizaram R$ 3,0 bilhões e R$ 4,7 bilhões, respectivamente.

Nesta semana, o Banco anunciou importantes iniciativas que vão contribuir para a descarbonização da economia e o crescimento sustentável do país. Entre elas, o Matchfunding Floresta Viva, o FGEnergia e a participação mais ativa no mercado de carbono com compra de títulos e a articulação de ações entre governo, empresas e demais atores para estruturação desse mercado no Brasil.

Também foi lançado o Portal NDC BNDES, que demonstra como o Banco contribui para o Brasil atingir as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa estabelecidas no Acordo de Paris, em três setores de atividade econômica: energias renováveis, florestas e mobilidade urbana. O portal está dividido em três áreas: a primeira aponta as emissões que estão sendo evitadas pelos projetos apoiados pelo Banco nesses setores ao longo de sua vida útil; a segunda informa os valores desembolsados para os projetos, georreferenciados por estados; e a terceira é um painel com as entregas previstas para operações do BNDES que estão associadas aos três setores. 

FÁBRICA DE PROJETOS – Já a Fábrica de Projetos conta com 163 iniciativas de estruturação de desestatizações (considerando também as já concluídas), com valor de R$ 287 bilhões entre outorgas e investimentos previstos. Alguns dos destaques a partir do início do terceiro trimestre foram os leilões da CEEE-T (RS), Sulgás (RS) e da concessão de saneamento no Amapá.

No período, foi lançado o edital de dois blocos de saneamento em Alagoas e foram realizadas consultas públicas para os projetos de iluminação pública em Caruaru (PE), de um bloco de saneamento no Rio de Janeiro e de concessões rodoviárias em Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Também foram iniciadas as estruturações das desestatizações da ES Gás, de concessões de florestas no Rio Grande do Sul e das PPPs de iluminação pública em Canoas e Caxias do Sul (RS).

De janeiro de 2020 a setembro de 2021, os projetos já estruturados pela Fábrica de Projetos viabilizaram o acesso a serviços de saneamento a 8,96 milhões de pessoas não atendidas atualmente e concederam 2.124 km de rodovias.

RESULTADO FINANCEIRO – A performance financeira do BNDES nos nove primeiros meses do ano foi impulsionada principalmente pelas alienações de ações de Vale e Klabin, que contribuíram com um lucro líquido de R$ 6,0 bilhões e R$ 1,0 bilhão, respectivamente, pela venda de debêntures da Vale (R$ 2,1 bilhões), pela receita com dividendos/JCP de R$ 4,1 bilhões, destacando Petrobras, Eletrobras e Copel, e pelo resultado positivo com equivalência patrimonial de R$ 3,2 bilhões, notadamente JBS. 

O desempenho no terceiro trimestre foi fortemente influenciado por reversão de provisão para perdas em investimentos na Petrobras, constituídas entre 2014 e 2016 (efeito líquido de R$ 3,5 bilhões), receita com dividendos e juros sobre capital próprio (R$ 2,1 bilhões) e resultado positivo de equivalência patrimonial (R$ 1,8 bilhão), basicamente de JBS.

O produto de intermediação financeira atingiu R$ 15,4 bilhões, aumento de 41,1% em comparação aos nove primeiros meses de 2020, impactado pelo resultado na venda de debêntures e pela remuneração das disponibilidades geradas pela venda parcial da carteira de participações societárias (alienações de investimentos). No terceiro trimestre, ele totalizou R$ 4,4 bilhões, queda de 33,8% ante o trimestre anterior, que foi impactado por fatores não recorrentes. Desconsiderando o efeito da venda de debêntures participativas da Vale no segundo trimestre (R$ 3,8 bi), houve crescimento na intermediação financeira neste trimestre.

O resultado recorrente de R$ 10,0 bilhões entre janeiro e setembro de 2021 apresentou aumento de 55,1% em comparação ao mesmo período de 2020, refletindo a maior receita com dividendos/JCP, acréscimo no produto da intermediação financeira e redução nos tributos sobre o lucro, devido ao registro de JCP sobre o lucro do primeiro semestre de 2021. O dado exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, dentre outros. No terceiro trimestre, o resultado recorrente chegou a R$ 5,22 bilhões, 121,2% acima do trimestre anterior.

CARTEIRA DE CRÉDITO – A carteira de crédito expandida totalizou R$ 446,3 bilhões em 30 de setembro de 2021, apresentando um crescimento de 1,8% em relação a 30 de junho. Destaca-se o crescimento de 74% nos desembolsos no terceiro trimestre em comparação aos três meses anteriores. Do total de R$ 21,8 bilhões registrado de julho a setembro, 43,8% foram para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O setor que recebeu mais crédito entre julho e setembro foi o de infraestrutura (R$ 9,3 bilhões), seguido pelo agropecuário (R$ 6,3 bilhões). 

“As perspectivas de desembolsos são positivas”, avaliou a diretora Bianca Nasser. “O primeiro trimestre foi abaixo das expectativas, mas o terceiro reverteu. No ano passado, tivemos um movimento de crescimento de aprovações, muito puxados pelos nossos programas emergenciais. A tendência de alta das contratações e aprovações traz expectativas positivas para o desembolso do próximo ano”, explicou.

A inadimplência (+ 90 dias) manteve-se baixa, oscilando de 0,19% em 30 de junho de 2021 para 0,23% em 30 de setembro de 2021, inferior ao índice do Sistema Financeiro Nacional (2,29%). A boa qualidade da carteira de crédito foi mantida, uma vez que 92,3% das operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C) em 30 de setembro de 2021. Esse percentual permanece superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que foi de 91,7% em 30 de junho de 2021 (última informação disponível).

A carteira de participações societárias totalizou R$ 67,8 bilhões em 30 de setembro. A posição representa um decréscimo de 2% em relação a 30 de junho, em função, principalmente, de desvalorização da carteira. O valor justo da carteira de participações societárias (avaliação gerencial) foi de R$ 80,7 bilhões em 30 de setembro. 

FONTES DE RECURSOS – Em 30 de setembro de 2021, FAT e Tesouro Nacional representavam 50,7% e 20,4%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional totalizou R$ 134,1 bilhões em 30 de setembro, representando uma redução de 11,4% em relação à posição em 30 de junho. O decréscimo decorreu de liquidações antecipadas de R$ 16,5 bilhões no terceiro trimestre, além de pagamentos ordinários de R$ 2,8 bilhões.O FAT se manteve como principal credor do BNDES. No terceiro trimestre, ingressaram R$ 5,8 bilhões de recursos, sendo o saldo do fundo com o Banco de R$ 333,1 bilhões em 30 de setembro. 

EVENTOS SUBSEQUENTES – Em 22 de outubro de 2021, o BNDES efetuou novo pagamento antecipado de contrato de dívida junto ao Tesouro Nacional no montante de R$ 5,0 bilhões. O saldo remanescente das dívidas com o Tesouro contempladas no Plano enviado ao TCU em março de 2021 é de aproximadamente R$ 90,1 bilhões.

O BNDES também aprovou o pagamento de R$ 8,6 bilhões a título de distribuição de dividendos intermediários à União. O pagamento ocorrerá no dia 17 de novembro. O montante que será pago corresponde a 60% do lucro líquido ajustado (após constituição da reserva legal equivalente a 5%) do primeiro semestre de 2021, de R$ 14,4 bilhões.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO – O patrimônio líquido atingiu R$ 119,1 bilhões em 30 de setembro, redução de 2,6% no trimestre. O lucro líquido de R$ 11,3 bilhões foi atenuado pelo ajuste de avaliação patrimonial negativo, líquido de tributos, de R$ 5,9 bilhões, além do registro dos dividendos/JCP intermediários de R$ 8,6 bilhões, referente à distribuição de 60% do lucro líquido ajustado do primeiro semestre de 2021 com data de pagamento esperada para 17 de novembro de 2021.

LIMITES PRUDENCIAIS – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 182,2 bilhões em 30 de setembro (ante R$ 185,5 bilhões em 30 de junho). O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, oscilando de 41,2% ao final de dezembro de 2020 para 37,5% em setembro de 2021 (no fim do segundo trimestre estava em 38,5%), acima dos 9,625% exigidos pelo Banco Central. O decréscimo reflete o pré-pagamento de Instrumentos Elegíveis ao Capital Principal, no montante de R$ 13,5 bilhões, ajuste de avaliação patrimonial negativo de R$ 11,7 bilhões e registro de dividendos/JCP intermediários de R$ 8,6 bilhões, atenuados pelo lucro líquido de R$ 26,4 bilhões no período.

PLANO TRIENAL – Levadas em conta as operações de crédito do BNDES desde o lançamento do Plano Trienal, em janeiro de 2020, foi viabilizada até setembro a geração ou manutenção de cerca de 5,3 milhões de empregos diretos e indiretos, além da ampliação da capacidade instalada de geração energética em 2,7 GW e a expansão da rede de distribuição de gás natural em 1,726 mil km (equivalente à distância entre São Paulo e Aracaju). 

Os financiamentos no período também contribuíram para projetos que aumentarão a rede de água, beneficiando 258 mil pessoas, e de esgoto, com impacto em 62 mil pessoas, além dos apoios ao SUS, à educação e à expansão da banda larga já mencionados. A atuação do Banco por meio do crédito também pôs em prática a implantação, duplicação ou modernização de 958 km de rodovias.

As demonstrações financeiras do BNDES e suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de Relações com Investidores do BNDES.