Apoio do BNDES a cinemas financia salários de mais de 2.300 trabalhadores em 69 cidades
Operações preservarão empregos por dois meses Medida incentiva manutenção ou ampliação de postos de trabalho por um ano ao aplicar desconto de até 88% na taxa de financiamento O Banco Nacional de Dese...
- Operações preservarão empregos por dois meses
- Medida incentiva manutenção ou ampliação de postos de trabalho por um ano ao aplicar desconto de até 88% na taxa de financiamento
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já aprovou seis operações da linha de apoio emergencial do Fundo Setorial do Audiovisual. Ao todo, elas financiarão até R$ 125,26 milhões para que as empresas realizem pagamentos de salários de mais de 2.300 funcionários e de despesas com cerca de 630 fornecedores, além de contribuir para a manutenção de suas atividades em 69 cidades, em todas as regiões do país. Como contrapartida ao financiamento, as empresas não poderão efetuar demissões durante dois meses. O apoio financeiro conta ainda com um incentivo à manutenção do emprego nos próximos 12 meses, por meio de redução das taxas de financiamento em até 88% para as empresas que preservarem seu quadro de funcionários.
O apoio beneficiará as empresas Praia de Belas (GNC Cinemas), com R$ 20 milhões; Tatu Filmes (Cine Show), com R$ 10,56 milhões; Cinemas São Luiz (Grupo Severiano Ribeiro, responsável também pela marca Kinoplex), com R$ 20 milhões; Redecine (Cinesystem), com R$ 40 milhões; Delta Filmes (Cineart), com R$ 20 milhões; e Arcoplex, com R$ 14,7 milhões – todos com suas salas paralisadas desde março. Espera-se que os recursos possam contribuir para que as companhias atravessem a atual crise e para que os empregos da cadeia do setor audiovisual sofram o mínimo possível.
A linha emergencial complementa a suspensão temporária de financiamentos anteriores do BNDES aproveitada por cinco dos seis grupos apoiados. Eles atuam em um dos setores que mais vem sentindo o efeito da crise e que ainda não esboça os primeiros sinais de retomada econômica.
O diretor de Crédito e Garantia do BNDES, Petrônio Cançado, destacou que “o BNDES tem trabalhado com agilidade e diligência para apoiar o setor, profundamente afetado pela pandemia”. “Pouco mais de um mês após o lançamento do Apoio Emergencial do FSA, aprovamos as primeiras operações”, afirmou.
"Apenas 8% dos municípios brasileiros contam com salas de cinema. Esse apoio do BNDES contribui para manter não apenas as atividades econômicas, mas também o acesso à cultura, inclusive em regiões afastadas dos grandes centros urbanos”, declarou o Ricardo Rivera, chefe do departamento de Telecom, TI e Economia Criativa, que destacou ainda que o apoio “será importante para auxiliar as produtoras e distribuidoras na retenção dos talentos durante a crise".
“Somos uma empresa de 103 anos e já vivemos muitos momentos difíceis, mas o momento atual é sem precedentes”, explicou Luiz Severiano, do grupo Severiano Ribeiro, responsável pelos cinemas Kinoplex. “Sem a ajuda do BNDES e do Fundo Setorial do Audiovisual, não conseguiríamos ultrapassá-lo”, complementou.
“A linha de financiamento emergencial com recursos do FSA, operada pelo BNDES, foi imprescindível e fundamental para garantir a sobrevivência do nosso negócio”, declarou o diretor da GNC Cinemas, Eduardo Difini Leite, que destacou a rapidez do BNDES. “A agilidade na análise e na aprovação, após a aprovação do comitê gestor, mostra o senso de urgência e de profissionalismo desta instituição, neste momento sem precedentes vivido pelo nosso setor, com os cinemas fechados há mais de meio ano”, complementou.
O apoio ao setor audiovisual constitui mais uma das medidas emergenciais para combater os efeitos provocados pela pandemia de Covid-19. Ao todo, as ações emergenciais do BNDES já beneficiaram mais de 232 mil empresas e contribuíram para a manutenção de 7,7 milhões de empregos.
FSA – Criado em 2006, o Fundo Setorial do Audiovisual se destina ao desenvolvimento de toda a cadeia do audiovisual do Brasil. Para tanto, conta com recursos gerados pela própria atividade econômica do setor.
Lançada em julho, a linha de crédito emergencial do FSA foi aprovada pelo Comitê Gestor do FSA e tem como objetivo apoiar o setor que foi gravemente impactado pela pandemia da Covid-19. Ela dispõe de R$ 400 milhões, que serão destinados à manutenção dos empregos e da cadeia produtiva do setor. Desse total, R$ 250 milhões podem ser acessados por meio de operações diretas com o BNDES – em financiamentos superiores a R$ 10 milhões –, sendo complementado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que operacionaliza as operações abaixo de R$10 milhões.
Os recursos podem ser utilizados exclusivamente para financiar os custos com salários, fornecedores e gastos operacionais fixos e devem ser aplicados em até 12 meses. O custo financeiro é de TR (que atualmente está em zero) acrescida de 4% ao ano. Caso a empresa tomadora cumpra metas contratuais de manutenção, reposição ou ampliação de postos de trabalho ao longo de 12 meses, terá direito a um custo financeiro reduzido, de TR acrescida de 0,5% ao ano. O empréstimo tem carência de 24 meses e o prazo total para pagamento de até oito anos – o maior de todas as linhas de crédito emergencial lançadas pelo BNDES desde o início da pandemia.
Foto: Agência BNDES