Floresta Viva: BNDES e Prefeitura do Rio anunciam, na COP30, R$ 10 milhões para restauração da Mata Atlântica
Ouça o áudio-release desta notícia aqui:
(Participação: Tereza Campello - diretora Socioambiental do BNDES)
- Prefeitura da capital fluminense vai aportar R$ 5 milhões desse total
- Na ocasião, Banco anunciou a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) como parceiro gestor da nova fase da iniciativa
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, nesta quarta-feira, 19, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém (PA), a entrada da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) na iniciativa Floresta Viva. Serão disponibilizados até R$ 10 milhões por meio de matchfunding, sendo metade aportada pelo BNDES e metade pela prefeitura da capital fluminense. Os recursos serão utilizados para apoio a projetos de restauração ecológica do bioma Mata Atlântica.
A adesão da prefeitura da capital fluminense à iniciativa Floresta Viva foi formalizada por meio de protocolo de intenções assinado pela diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e pela subsecretária de Meio Ambiente e Clima do Município do Rio de Janeiro, Lívia Galdino.
Com o apoio da PCRJ, a iniciativa Floresta Viva 2025 passa a contar com a mobilização de até R$ 183 milhões em parcerias para a restauração ecológica. Antes, ainda na COP 30, foram anunciadas as adesões do Banco do Nordeste (até R$ 50 milhões) e dos governos estaduais de Sergipe (até R$ 50 milhões) e de Piauí (até R$ 78 milhões).
Lívia Galdino e Tereza Campello assinam adesão da prefeitura do Rio ao Floresta Viva
Foto: Rafael Alves / BNDES
"O município do Rio de Janeiro reconhece que a restauração ambiental é estratégica tanto para a adaptação climática quanto para a geração de créditos de carbono. Por isso, reforçamos a importância dessa parceria como patrocinador do Floresta Viva, que fortalece nossa agenda ambiental e amplia nossa capacidade de entregar resultados concretos para a cidade e para o país", disse Lívia Galdino.
Em sua nova fase, o Floresta Viva é voltado ao apoio a projetos de restauração ecológica com espécies nativas e/ou Sistemas Agroflorestais (SAFs), incluindo atividades para a conservação de ecossistemas nos biomas Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica. A expectativa é que sejam disponibilizados até R$ 250 milhões com a entrada de parceiros públicos e privados, o que inclui R$ 100 milhões do Fundo Socioambiental do BNDES.
“O BNDES Florestas já colocou em movimento R$ 7 bilhões para reconstruir a Amazônia e todos os nossos biomas, mostrando que o Brasil tem capacidade de fazer política pública de grande escala com resultados concretos. Não estamos falando de promessa nem de planos distantes. Estamos mostrando o que já foi implementado, porque, como diz o presidente Lula, esta é a COP da implementação”, afirmou Tereza Campello.
Escolha de parceiro gestor – Também nesta quarta-feira, 19, o BNDES anunciou que a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) foi selecionada para administrar os recursos da nova fase da iniciativa Floresta Viva. A escolha de um parceiro gestor permite chegar em maior número de localidades e alcançar resultados mais efetivos no apoio à restauração. Entre as principais atribuições do parceiro gestor estão a seleção, contratação e o acompanhamento de projetos de restauração ecológica. Com mais de 30 anos de atuação no setor, a fundação foi escolhida por meio de edital de seleção pública, lançado em agosto deste ano. A FBDS foi considerada a melhor entre as 13 propostas apresentadas.
Rafaela Silva, diretora científica da FBDS, e Luís Saporta, diretor de operações da FBDS participam ao lado de Tereza Campello do anúncio do parceiro gestor do Floresta Viva 2025
Foto: Rafael Alves / BNDES
Nova fase – O Floresta Viva 2025 traz algumas novidades em relação à primeira etapa da iniciativa. Ao invés de fazer editais com uma única oportunidade para apresentação de propostas, serão oferecidas chances sucessivas, até que todos os recursos previstos sejam alocados. Outra mudança é que, além do restauro, os projetos poderão incluir atividades e conservação da biodiversidade.
Além disso, sob responsabilidade do parceiro gestor, será implementado um programa de capacitação e fortalecimento institucional para, no mínimo, 20 organizações de povos e comunidades tradicionais. Após a capacitação, representantes dessas organizações poderão participar de ciclos de seleção específicos para implementação de projetos de restauro em pequena escala. Por fim, será possível emitir créditos de carbono e créditos de biodiversidade.
“O Floresta Viva consolidou o BNDES como um ator central no financiamento e na promoção de iniciativas de restauração ecológica no país, combinando recursos reembolsáveis e não reembolsáveis para ampliar escala e impacto. Ao lado da Prefeitura do Rio, reafirmamos nosso compromisso com um desenvolvimento econômico que respeita o território e fortalece a agenda da sustentabilidade”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Histórico de apoio — Desde o lançamento do Floresta Viva, em 2021, já foram publicados quinze editais. Somados, os projetos aprovados e em aprovação chegam a mais de 90 iniciativas, correspondendo a um investimento de mais de R$ 370 milhões e abrangendo a restauração de mais de 10 mil hectares em praticamente todos os biomas brasileiros.
Os benefícios da restauração são amplos: recuperação de áreas degradadas, conexão de fragmentos florestais, conservação de recursos hídricos, preservação da biodiversidade, uso sustentável dos recursos naturais, redução da erosão, melhoria do microclima, remoção de dióxido de carbono da atmosfera, fortalecimento das cadeias produtivas ligadas ao reflorestamento, geração de empregos e renda, além do potencial de geração de créditos de carbono.
A iniciativa rendeu ao Banco o Prêmio Alide 2024, reconhecimento internacional concedido pela Associação Latino-Americana de Instituições Financeiras de Desenvolvimento, destacando o modelo inovador de governança do programa - com parceiro gestor operacional, que confere agilidade e escala aos resultados - e a articulação entre diferentes atores: empresas privadas e públicas, multinacionais, governos e banco público de desenvolvimento.
Mais informações podem ser encontradas em www.bndes.gov.br/florestaviva e www.bndes.gov.br/florestaviva2025.
Vista da mata atlântica na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil