Com quinto projeto, iniciativa Amazônia na Escola atinge R$ 165 milhões contratados, em recursos do Fundo Amazônia
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(Participação: Tereza Campello - diretora Socioambiental do BNDES)
- Propostas apoiam agricultura familiar de povos tradicionais e a segurança alimentar nas escolas
- Ao todo, serão 10 propostas apoiadas, no valor total de R$ 332 milhões
- Projeto contratado nesta quarta, no valor de R$ 23,8 milhões, atua no Oeste do Pará
O Amazônia na Escola, iniciativa fruto da parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), no âmbito do Fundo Amazônia, contratou nesta quarta-feira, em Belém, durante a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 2025 (COP30), seu quinto projeto territorial, atingindo a marca de R$ 165 milhões contratados, dos R$ 332 milhões disponíveis para os dez projetos selecionados pela iniciativa.
Executado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), o projeto Amazônia Saudável no Prato terá atuação no Oeste do Pará, com investimento de R$ 23,8 milhões. A nova contratação reforça a consolidação de um modelo inovador que articula segurança alimentar, fortalecimento de economias sustentáveis e conservação da floresta, conectando a demanda das redes públicas de ensino à produção sociobiodiversa da agricultura familiar, povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais.
Também já foram contratadas as seguintes propostas, cujos representantes estão presentes na COP30: Alimenta Saber (AC), da Associação SOS Amazônia, no valor de R$ 24 milhões; Caminhos de Sabores e Saberes (AP), do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), com investimento de R$ 24 milhões; Terra Nutre (MT), do Instituto Centro de Vida (ICV), com R$ 48 milhões; e Pirão no Prato (AM), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), um projeto de R$ 35 milhões.
“O Amazônia na Escola faz parte de uma estratégia do governo do presidente Lula para fortalecer a sociobioeconomia da região e promover o desenvolvimento sustentável”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Ele conecta a produção sustentável de agricultores familiares, indígenas, quilombolas e outras comunidades com as redes de ensino público da Amazônia Legal. É emprego e renda para os povos tradicionais da floresta e comida saudável na merenda das crianças”.
Foto: Getty Images
Amazônia na Escola — O Amazônia na Escola é uma iniciativa estruturante que integra alimentação escolar, produção sustentável e conservação da floresta, articulando políticas públicas e investimentos estratégicos para fortalecer economias de base sociobiodiversa na Amazônia Legal. Por meio da aplicação de R$ 332 milhões em recursos do Fundo Amazônia, a iniciativa selecionou 10 projetos territoriais distribuídos pelos nove estados da região — dois no Pará e um em cada um dos demais estados — para promover cadeias produtivas sustentáveis e ampliar a oferta de alimentos saudáveis nas redes públicas de ensino.
Os projetos selecionados têm o objetivo de promover, nos municípios envolvidos. ações voltadas ao fortalecimento de forma integrada da capacidade de produção sustentável, de alimentos por agricultores familiares, incluindo povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades e tradicionais, por meio da melhoria da estrutura produtiva e do fortalecimento das suas organizações, além da aquisição e e do consumo desses alimentos para alimentação escolar nas redes públicas de ensino da Amazônia Legal.
Desta forma, os projetos atuam simultaneamente na oferta e na demanda: no campo da oferta, investem no fortalecimento da agricultura familiar dos povos e comunidades tradicionais, ampliando aspectos como capacidade produtiva, infraestrutura, processamento, logística e comercialização; no campo da demanda, apoiam as redes públicas de ensino na adaptação de cardápios, na formação de nutricionistas e merendeiras, na adequação de cozinhas e na ampliação da capacidade de aquisição de alimentos da sociobiodiversidade local, entre outros itens.
Essa abordagem integrada responde a desafios estruturais da região amazônica, onde vivem mais de 7,3 milhões de estudantes, muitos em situação de insegurança alimentar. Ao aproximar a alimentação escolar da produção local, a iniciativa melhora a qualidade nutricional das refeições, respeita hábitos alimentares regionais e fortalece a economia de territórios onde as alternativas de renda são historicamente limitadas, contribuindo para reduzir vulnerabilidades socioambientais que impulsionam o desmatamento.
Os projetos selecionados atuarão em 120 municípios da Amazônia Legal, beneficiando diretamente cerca de 120 mil produtores locais — entre agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais — com produção sustentável e cadeias da sociobiodiversidade.
Fundo Amazônia – Criado em 2008, o Fundo Amazônia é o principal instrumento mundial de financiamento para ações de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+). O Fundo atua como referência em cooperação internacional para o clima, combinando proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na região amazônica. A partir da retomada das doações, em 2023 – após quatro anos paralisado – o Fundo chegou a R$ 1,6 bilhão adicionais contratados e o número de doadores passou de três para dez. Nos seus 17 anos, o Fundo beneficiou cerca de 260 mil pessoas, por meio de mais de 600 organizações comunitárias, apoiando mais de 140 projetos.
Coordenado pelo MMA e operacionalizado pelo BNDES, o Fundo Amazônia representa uma estratégia essencial para o alcance das metas climáticas brasileiras, contribuindo para os compromissos assumidos no Acordo de Paris e para os objetivos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
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Foto: Hilário Júnior/Getty Images