COP30: chamada pública do BNDES tem potencial de mobilizar R$ 73,7 bi para investimentos em clima
- Edital recebeu 45 propostas de fundos que demandam R$ 21 bilhões em apoio do Banco para operações de equity e crédito
- Banco selecionará até sete fundos com projetos voltados à descarbonização, transição energética e reflorestamento; resultado será divulgado em janeiro de 2026
A Chamada Pública de Mitigação Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu 45 propostas de fundos de investimento, que, juntos, têm potencial de mobilizar até R$ 73,7 bilhões em investimentos sustentáveis — valor que corresponde ao Patrimônio Alvo total dos fundos propostos. As propostas apresentadas demonstram uma demanda de R$ 21 bilhões em apoio financeiro do Banco e abrangem projetos de descarbonização de processos industriais, transição energética, infraestrutura para adaptação climática, tecnologia para agricultura verde, restauração ecológica, reflorestamento e conservação de florestas. Os números foram divulgados, nesta segunda-feira, 10, pelo presidente do Banco, Aloizio Mercadante, durante a abertura do Pavilhão BNDES, na COP30, em Belém (PA).
“O anúncio que fazemos hoje é o retorno do BNDES à modalidade de investimento direto em empresas, o equity. Isso significa escolher bons projetos e entrar como sócio para impulsionar inovação, novas tecnologias e crescimento produtivo. Já temos dois investimentos aprovados: um fundo de venture capital e uma empresa de Santa Catarina que desenvolve bioinsumos para a agricultura sustentável”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo ele, o BNDES volta a apoiar com vigor as empresas brasileiras no seu capital e a estratégia do Banco é estruturar de cinco a seis fundos. “O BNDES poderá aportar até 25% do capital, atraindo os outros 75% do mercado. Queremos mobilizar cerca de R$ 5 bilhões do Banco e alavancar mais R$ 15 bilhões do setor privado. Fizemos uma chamada pública e a resposta superou todas as expectativas: recebemos 45 propostas, que somam R$ 73,7 bilhões. Isso mostra a força da inovação no Brasil e o potencial para acelerar a economia verde”, completou.
Foto: André Telles/Divulgação BNDES
Chamada de Clima - Com orçamento total de R$ 5 bilhões, a iniciativa integra a estratégia de retomada de investimentos da BNDES Participações S.A. (BNDESPAR) em renda variável. O programa prevê o aporte de recursos em fundos já existentes ou criados especificamente para esta finalidade, voltados a projetos de descarbonização, transição energética, agricultura verde, reflorestamento e conservação ambiental.
“A agenda do clima é um tema prioritário para o BNDES e o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como líder global em soluções climáticas. Com a Chamada de Clima, o Banco cumpre a missão de melhorar a vida de gerações, promovendo o desenvolvimento econômico, social e ambiental. O BNDES quer ser protagonista na mobilização de capital privado, através de instrumentos de mercado de capitais, para viabilizar investimentos em mitigação climática, que são necessários para que o Brasil atinja as metas do acordo de Paris”, destacou Mercadante.
Serão selecionados até cinco fundos de equity, totalizando até R$ 4 bilhões em aporte do BNDES, sendo até três na Modalidade de Apoio de Transformação Ecológica (transição energética, ecológica, tecnologia para agricultura verde e descarbonização) e até dois na Modalidade de Apoio de Soluções Baseadas na Natureza (reflorestamento, agroflorestas, manejo florestal sustentável, silvicultura regenerativa, preservação e recuperação de ecossistemas e biodiversidade). Nos Fundos de Crédito, serão selecionados até dois fundos nas duas modalidades, somando aporte do Banco de até R$ 1 bilhão (R$500 milhões por fundo). O resultado da seleção será divulgado em janeiro.
Atualmente, a BNDESPAR possui R$ 8,4 bilhões em capital comprometido em fundos. A nova Chamada tem potencial de elevar esse montante em até 60%, fortalecendo a carteira de investimentos sustentáveis do Banco e consolidando o BNDES como principal catalisador de financiamento verde no país.
Foto: André Telles/Divulgação BNDES