BNDES aprova 1ª operação da chamada de corais, no valor de R$ 5,5 mi, para conservar e regenerar recifes na costa brasileira

 

  • Projeto Ser Corais, do Instituto Nautilus, mapeará e desenvolverá soluções para a conservação e recuperação de recifes de corais ao longo de 2.800 km da costa brasileira

  • No âmbito da iniciativa BNDES Azul, aprovação foi anunciada nesta quinta-feira, 20, na COP30, em Belém

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira, 20, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 2025 (COP30), em Belém, a aprovação do primeiro projeto da chamada pública BNDES Corais, que faz parte da iniciativa BNDES Azul. Com investimento de R$ 11,1 milhões, sendo R$ 5,5 milhões em apoio não reembolsável do Fundo Socioambiental do BNDES e o restante em recursos próprios, o projeto Ser Corais vai mapear e monitorar 2.800 km da costa brasileira, trazendo soluções adequadas para os recifes de corais, tais como o combate a espécies exóticas, a promoção de turismo de base comunitária, com geração de renda, prevenção da pesca predatória e promoção da restauração e recomposição desses ecossistemas.

A área de atuação do projeto abrange os dois principais bancos de corais do Brasil – Parcel Manoel Luís, em Cururupu, Litoral Ocidental do Maranhão, e Arquipélago de Abrolhos, em Caravelas, Litoral Sul da Bahia – e os recifes rasos da costa do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Bahia e Espírito Santo. A estimativa é que sejam criados 34 postos de trabalho durante a fase de implantação e gerados 126 novos empregos após a conclusão do projeto.

Também são esperados impactos positivos nas comunidades pesqueiras de Santo Antônio e Santo André, em Santa Cruz Cabrália, no Litoral Sul da Bahia. A expectativa é que as ações venham a beneficiar 230 famílias da região por meio do fomento da cadeia produtiva do turismo de base comunitária, com foco no turismo subaquático e nos demais produtos tradicionais da região.

Para o desenvolver e implementar as ações planejadas na proposta, o Instituto Nautilus vem se articulando com instituições públicas de ensino superior, órgãos e entidades para o uso de laboratórios, cessão de profissionais e troca de conhecimentos. É o caso da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), além da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz Cabrália e a Associação Grupo de Ação para o Desenvolvimento da Atividade da Pesca Artesanal Sustentável (Gsadap).

Chamada pública – Em sua primeira rodada, a chamada pública BNDES Corais proverá mais de R$ 160 milhões, sendo R$ 88 milhões provenientes de recursos do Fundo Socioambiental do BNDES, para fortalecer a resiliência dos recifes de coral brasileiros. A chamada também busca ajudar a reduzir perdas e recuperar recifes de coral brasileiros, mitigando os efeitos da ação do homem e das mudanças climáticas, e melhorar a qualidade da água das bacias que alimentam os corais.

“A aprovação do primeiro projeto ligado ao ecossistema de corais é uma conquista do BNDES Azul, que é uma agenda prioritária do Banco no governo do presidente Lula”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Realizamos a maior chamada de corais do Brasil e começamos a tornar os projetos realidade”.

A coordenadora-geral do Ser Corais, Fabiana Félix, ressalta que o projeto do Instituto Nautilus combina monitoramento, restauração dos recifes e capacitação comunitária envolvendo soluções econômicas baseadas na natureza. “Tudo isso com uma equipe essencialmente feminina, pois, no mínimo, a metade das pesquisadoras e beneficiárias serão mulheres”, salientou. “Portanto, teremos um projeto liderado por mulheres e que capacitará outras mulheres para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade”.

A operação contribui para a Década do Oceano das Nações Unidas (ONU), para o Plano de Ação Nacional para Conservação de Ambientes Coralíneos (PAN Corais) e para o Programa Nacional de Alerta, Detecção Precoce e Resposta Rápida para Espécies Exóticas Invasoras (PNADPRR). Os resultados impactarão diretamente nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) 14 (vida na água), 8 (trabalho decente e crescimento econômico), 13 (ação contra a mudança global do clima) e 12 (consumo e produção responsáveis).

Sobre o Instituto Nautilus – O Instituto Nautilus de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade é uma organização não governamental sem fins lucrativos, criada em 2006. Tem a missão de atuar na conservação da natureza, com ênfase no ambiente marinho, mediante ações de pesquisa e sensibilização da sociedade, apoiando tecnicamente e cientificamente, projetos de pesquisa, educação ambiental e outros que promovam o bem-estar social e a integração do ser humano com o ambiente que o cerca.

BNDES Azul – A iniciativa BNDES Azul foi lançada em janeiro de 2024 para fomentar o uso sustentável dos recursos oceânicos, costeiros e hídricos do Brasil, promovendo desenvolvimento econômico, inclusão social e preservação ambiental. A proposta integra a visão de uma “economia azul”, que reconhece o papel estratégico do mar – a chamada Amazônia Azul, que corresponde a cerca de 5,7 milhões de km² – como vetor de inovação, emprego e sustentabilidade.

Na sua vertente ambiental o BNDES Azul conta com ações como o Planejamento Espacial Marinho (PEM) nas regiões Sul, Sudeste e Norte, o Edital Manguezais do Brasil, no âmbito da iniciativa Floresta Viva, em parceria com a Petrobras, o BNDES Corais e o BNDES Sustentabilidade: Ilhas Oceânicas, Ninhos Protegidos.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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