CEB Distribuição é vendida por R$ 2,5 bilhões, com investimentos esperados de R$ 5 bilhões

Montezano: "Recurso vai gerar obra, investimento e aliviar o caixa do estado" • Privatização da companhia beneficiará 3 milhões de pessoas no Distrito Federal • Ágio foi de 76,63% acima do valor mínim...

• Privatização da companhia beneficiará 3 milhões de pessoas no Distrito Federal

• Ágio foi de 76,63% acima do valor mínimo

• Venda da empresa era pré-requisito para manutenção da concessão 

A Bahia Geração de Energia, empresa do grupo Neoenergia, venceu o leilão de desestatização da CEB Distribuição S.A (CEB-D), realizado nesta sexta-feira, 4, na B3, em São Paulo, com oferta de R$ 2,515 bilhões, 76,63% acima do valor mínimo estipulado pelo edital. No processo, o BNDES foi contratado pelo governo do  Distrito Federal para coordenar a privatização da empresa. O leilão de privatização foi realizado menos de 11 meses após a contratação dos consultores pelo BNDES. 

Após a divulgação das propostas iniciais – a primeira proposta aberta  já indicava ágio superior a 50% -, seguiu-se sessão com mais de 25 lances ao vivo em um processo “emocionante” segundo o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. "Além de gerar R$ 2,5 bilhões para o caixa do estado, vai trazer R$ 5 bilhões em investimentos para a região, beneficiando 3 milhões de pessoas”, afirmou, ressaltando ainda que “esse recurso vai gerar obra, investimento e aliviar o caixa do estado, tão apertado neste momento”.

Segundo o presidente do BNDES o projeto pode ser considerado a maior operação de M&A (fusão ou aquisição), em termos de múltiplo, da história brasileira no setor de distribuição de energia. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ressaltou que a recuperação da empresa demandava muito investimento e que o estado deve se debruçar em serviços como educação, saúde e transporte público de qualidade.

“Essa atividade de distribuição de energia certamente estará muito melhor a cargo da iniciativa privada”, afirmou. A CEB-D atende mais de um milhão de unidades consumidoras, com cerca de três milhões de pessoas, em uma área de 5,8 mil km2. A companhia estava apresentando uma série de inadimplementos de parâmetros regulatórios relativos a qualidade na prestação dos serviços e de robustez econômico-financeira, o que gerava risco de perda da concessão para fornecimento do serviço.

Se a concessão fosse cancelada, além de perder a oportunidade de monetização do ativo, haveria perspectiva de ônus para a CEB-D da ordem de R$ 1 bilhão. Frente à perspectiva de descumprimento dos indicadores técnico-operacionais e de sustentabilidade econômico-financeira e como forma de viabilizar a manutenção da concessão, o Ministério de Minas e Energia (MME) concedeu um período adicional de três anos para o atingimento dos níveis de qualidade do serviço exigidos pela ANEEL, mas condicionou à transferência do controle da Companhia para um investidor privado.

A mudança da gestão para um grupo privado poderá ampliar a capacidade de investimento da CEB-D, com o consequente atendimento dos parâmetros operacionais e melhores serviços à população. “A empresa vai trazer para os consumidores um serviço que precisa de fato ser entregue“, afirmou Marisete Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia. “Concluímos em cerca de 11 meses uma privatização extremamente bem fundamentada, disse o presidente da CEB-D, Edison Garcia, ao falar da rapidez e qualidade da estruturação da operação.

O governador Ibaneis Rocha também destacou o papel do BNDES no processo: “Busquei o BNDES na certeza de que além de dar credibilidade ao leilão nos forneceria todo um know-how que não tínhamos”, afirmou. Mais informações sobre o processo estão disponíveis aqui. Dados sobre os projetos em estruturação do BNDES estão disponíveis neste link

Foto: CEB Distribuição/Divulgação

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