BNDES busca parceiros e amplia estrutura para atender demandas do setor público
BNDES busca parceiros e amplia estrutura para atender demandas do setor público Maringá DF ● Seminário no banco de fomento discute oportunidades no DF e municípios ● Conselhos de desenvolvimento busca...
● Seminário no banco de fomento discute oportunidades no DF e municípios
● Conselhos de desenvolvimento buscam planejamento de longo prazo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elegeu a estruturação de projetos para o setor público como uma de suas prioridades. Para essa tarefa, o banco de fomento aposta na busca de parceiros e na ampliação da estrutura interna para o atendimento das demandas de entes públicos, como Estados, municípios e o Distrito Federal, com duas diretorias exclusivas.
De acordo com o superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Júlio Costa Leite, a instituição investe em equipes dedicadas à captação de novas oportunidades, estruturação de projetos e desestatizações, além dos profissionais tradicionalmente dedicados à concessão de crédito. A ideia é aumentar a interlocução, simplificar processos licitatórios e buscar soluções facilitadas de financiamento – “mais padronizáveis, quase de prateleira” – para oferecer aos municípios.
“Queremos oferecer crédito de forma mais automatizada para um maior número de entres públicos e, sobretudo, queremos ser referência no setor público para estruturar o planejamento estratégico de longo prazo”, afirmou nesta quinta-feira, 29, durante o seminário Originando Oportunidades para o BNDES, promovido no auditório do Centro de Estudos do Banco.
O superintendente antecipou como a instituição pode atender à grande demanda dos entes públicos. “Buscamos mapear e resolver problemas simples que sejam comuns à maioria dos municípios”, explicou. “Uma maneira de manter um projeto de longo prazo e impedir sua descontinuidade a cada troca de gestor é justamente apoiarmos o fortalecimento de estruturas locais que monitorem contínua e independentemente a gestão pública”.
Júlio Costa Leite, superintendente de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES
Segundo o chefe do Departamento de Inteligência do BNDES, Felipe Salzer, o banco de fomento pretende evitar a degradação de espaços públicos e suas consequências, como a desvalorização de ativos locais e o desinteresse pelo território, e o endividamento do município sem que haja uma contrapartida de melhoria de gestão ou de solvência.
Salzer ressaltou que a instituição dispõe de um corpo técnico qualificado, que detém vasto conhecimento setorial. “O BNDES, como já disse o presidente Gustavo Montezano, quer ser menos banco e mais desenvolvimento e se lança para ser o banco de serviços do Estado brasileiro”, afirmou.
O administrador Amynthas Gallo, da Área de Indústria e Serviços do BNDES, lembrou que o banco fez no ano passado uma campanha para retomar o relacionamento que havia sido perdido com alguns municípios. “Por volta de 200 municípios foram prospectados, fomos a campo em 180 e chegamos a um universo muito díspar de realidades”, contou.
Amynthas Gallo, administrador da Área de Indústria e Serviços do BNDES
Debate – Durante o evento, representantes dos conselhos de desenvolvimento do Distrito Federal e dos municípios de Maringá, no Norte do Paraná, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e Manaus, no Amazonas, apresentaram casos de sucesso e debateram possíveis empecilhos ao protagonismo dos gestores municipais na discussão sobre novos investimentos ao longo do ano que vem, tais como o alto endividamento dos entes públicos e a proximidade do fim do mandato.
Dilson Dalpiaz, integrante do Conselho de Desenvolvimento de Uberlândia (Coden), destacou a necessidade de garantir uma continuidade do planejamento da gestão pública. “No modelo brasileiro, predomina uma visão de quatro anos”, observou. “Precisamos trazer algum mecanismo que permita a perpetuidade das coisas independentemente do projeto pessoal ou da visão política de cada gestor”.
Para o conselheiro, os conselhos trazem ao setor público e à sociedade a “cumplicidade” de “uma boa relação conjugal”. “É muito importante o matching entre aquilo que se planeja e aquilo que é o desejo”, ponderou.
Dilson Dalpiaz, conselheiro de Uberlândia
Sílvio Barros, conselheiro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção e ex-prefeito de Maringá, lembrou que a cidade paranaense foi a primeira do País que criou, há cerca de 20 anos, “um mecanismo de governança colaborativa, onde a sociedade resolveu assumir a responsabilidade de definir o norteamento do futuro da cidade”, o que trouxe reflexo nos indicadores de desenvolvimento do município.
“Maringá conseguiu se posicionar dentro do Brasil como uma das melhores cidades em numerosas áreas e recentemente, com a publicação do ranking da Macroplan, ficou claro que, com pouco mais de 400 mil habitantes, Maringá foi considerada a melhor entre as maiores cidades do Brasil”, afirmou.
Sílvio Barros, ex-prefeito de Maringá
Andrea Hilaricki Ferreira, fundadora e diretora do Conselho de Desenvolvimento Sustentável (Codese) de Manaus, afirmou que a entidade temos participação voluntária e representativa da sociedade. “Contemplamos o planejamento de longo prazo, pensando na cidade que queremos em 20 anos, mas também maximizamos as oportunidades de curto e médio prazo”, afirmou.
Com mais de 2 milhões de habitantes e todas as questões de complexo gerenciamento trazidos por uma cidade desse porte, a capital é responsável praticamente 80% do PIB do Amazonas. “Isso que nos faz pensar de forma aplicada na gestão econômica não só do município, mas de todo o Estado”, afirmou.
Andrea Ferreira, diretora do Codese de Manaus
Voluntariado e representatividade também são as bases da participação da sociedade no Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Distrito Federal (Codese-DF), criado em março de 2017. “Conseguimos fazer o planejamento de suporte técnico, com visão de futuro e foco no desenvolvimento econômico e social”, afirmou Paulo Muniz, fundador e presidente do conselho.
Aglutinando mais de 90 entidades e empresas, o Codese-DF tem câmaras setoriais para cidadania, comércio/serviços, cultura, cultura de paz/não judicialização, desenvolvimento urbano, educação, energias renováveis/sustentabilidade, esporte, gestão pública, indústria, logística/distribuição, negócios agropecuários, projetos estruturantes, regiões metropolitanas do eixo Brasília-Goiânia, saúde, tecnologia, turismo, hospitalidade e gastronomia.
Paulo Muniz, presidente do Codese-DF
Foto: Fotos: Jaqueline Machado/Divulgação BNDES