Instalado, no BNDES, GT de Crédito do “conselhão” da Presidência da República

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sediou nesta sexta-feira, 28, a reunião de instalação do Grupo de Trabalho de Crédito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e...

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sediou nesta sexta-feira, 28, a reunião de instalação do Grupo de Trabalho de Crédito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDESS), o “Conselhão” da Presidência da República.

O evento foi aberto pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelo presidente do Banco, Aloizio Mercadante. Em seu discurso, Mercadante destacou o papel dos bancos públicos, e do BNDES em particular, no mercado de crédito.

“O BNDES é fundamental para fazer política anticíclica, reverter expectativas e priorizar o crescimento. Bancos públicos não querem substituir o mercado de capitais nem o crédito privado. É preciso atuar em parceria”, avaliou o presidente.

Ele aproveitou para apresentar alguns dados sobre o crédito público: “Um aspecto importante de destacar é que o crédito público não é subsidiado. Do crédito do País, apenas 11% é crédito direcionado. Subsídios são só 7,6%, basicamente para agricultura e habitação popular. O BNDES não teve um real de subsídio ao longo do primeiro semestre. A TLP [taxa básica de juros do BNDES], às vezes, fica acima das outras taxas a que o Tesouro se financia, como a Selic, por exemplo. Então, por que o BNDES só pode ter como taxa a NTN-B de cinco anos?”, questionou Mercadante.

“Apesar de tudo isso, desembolsamos R$ 43 bilhões para micro, pequenas e médias empresas no primeiro semestre. Também estamos investindo em infraestrutura, para a qual a demanda é muito forte. Devemos aprovar este ano R$ 50 bi em infraestrutura, inclusive infraestrutura social, como escolas e hospitais”, informou o presidente do BNDES.

Para ele, muitos desses números são reflexo do cenário macroeconômico. “Nós assumimos o governo com um ambiente político de expectativas bastante deterioradas com a taxa de juros reais mais alta da economia mundial. Paralelamente, tivemos as recuperações judiciais de Americanas, Oi e Light, que prejudicaram o mercado de crédito. Felizmente, o BNDES ficou preservado, mas isso impactou o mercado de capitais. Reverter esse quadro não era uma tarefa simples e não foi fácil”.

Mercadante destacou o que considera conquistas importantes desse período, tanto do Governo Federal quanto do Banco. “A equipe econômica conseguiu construir uma agenda essencial para reverter o quadro. A reforma tributária foi um passo que há 30 anos não conseguíamos dar. A consequência desse esforço é que o câmbio veio a R$ 4,70, e a inflação está abaixo da meta. A bolsa veio para mais de 120 mil pontos, e o rating do País melhorou, ao contrário das expectativas. O ambiente macroeconômico melhorou muito. Todo esse cenário atrai investimentos, melhora a segurança dos investidores”.

O presidente do BNDES adiantou que, no próximo dia 11 de agosto, o presidente Lula vai lançar o novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro, no qual haverá “um desenho bem estruturado para os bancos públicos puderem alavancar o crédito”, disse. “O lançamento do PAC vai ser organizado pelo Banco. O presidente Lula tomou essa decisão, de trazer o lançamento para o ambiente da economia”, confirmou o ministro Padilha

O ministro destacou que “o tema do crédito é decisivo para o presidente Lula, e ele tem uma expectativa enorme com o GT, que reúne todos os bancos públicos. Precisamos produzir, no curtíssimo prazo, soluções que convirjam com aquilo que o governo já vem fazendo”, disse. O GT tem, na sua composição, representantes da Febraban, de empresas varejistas, dos segmentos industriais, de startups e de trabalhadores, entre outros segmentos sociais. 

O CDESS - O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) é o órgão responsável por assessorar o presidente da República na formulação de políticas e diretrizes destinadas ao desenvolvimento econômico social sustentável.

Coordenado pelo Presidente da República e tendo como membros o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é um espaço de diálogo entre o governo e a sociedade.

De acordo com Paulo Pereira, secretário-executivo do CDESS, o Conselhão, como é chamado, funciona com duas estruturas: comissões temáticas e grupos de trabalho. O GT de crédito é o segundo a ser formado e deve apresentar suas propostas ao presidente no pleno de novembro deste ano.

Foto: May Bandeira/Divulgação BNDES

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