Edital do BNDES para selecionar fundos em economia verde vai movimentar R$ 18 bi em investimentos

  • Com orçamento de até R$ 5 bilhões, chamada pública integra retomada investimento em renda variável e deve atrair R$ 13 bi em capital privado


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lança, nesta segunda-feira, 1º de setembro, a Chamada de Clima, edital público com orçamento de até R$ 5 bilhões para selecionar fundos de investimento estruturados para projetos de descarbonização de processos industriais, transição energética, infraestrutura para adaptação climática, tecnologia para agricultura verde, restauração ecológica, reflorestamento e conservação de florestas.

A Chamada de Clima integra a estratégia de retomada de investimentos da BNDES Participações S.A. (BNDESPAR), subsidiária integral do BNDES, em renda variável e prevê investimentos em dois tipos de fundos (já existentes ou que sejam criados para esse fim): Fundos de Equity e Fundos de Crédito. As propostas poderão ser cadastradas até o dia 20 de outubro deste ano e podem incluir investidores estrangeiros. O resultado será divulgado em janeiro de 2026.

Serão selecionados até cinco de fundos de equity, totalizando até R$ 4 bilhões em aporte do BNDES, sendo até três na Modalidade de Apoio de Transformação Ecológica (transição energética, ecológica, tecnologia para agricultura verde e descarbonização) e até dois na Modalidade de Apoio de Soluções Baseadas na Natureza (reflorestamento, agroflorestas, manejo florestal sustentável, silvicultura regenerativa, preservação e recuperação de ecossistemas e biodiversidade). Nos Fundos de Crédito, serão selecionados até dois fundos nas duas modalidades, somando aporte do Banco de até R$ 1 bilhão.

“Essa é a maior chamada pública voltada a fundos da história do BNDES e tem o potencial de transformar a carteira de fundos da instituição. Com foco em mitigação climática, reforça o compromisso histórico Banco e do governo do presidente Lula com a sustentabilidade ambiental. Com essa iniciativa, o Banco se posiciona como investidor-âncora, induzindo a participação de investidores privados em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável, para agenda climática e para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, além de contribuir com o desenvolvimento do mercado de capitais no país”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

A estimativa é de que o aporte do BNDES atraia cerca de R$ 13 bilhões de capital privado para a iniciativa, alcançando um volume total de R$ 18 bilhões em investimentos. Nos fundos de equity, a participação da BNDESPAR no capital comprometido será de até 25%, com a subscrição de cotas no valor de até R$ 1 bilhão por fundo na modalidade de transformação ecológica e de até R$ 500 milhões na modalidade de soluções baseadas na natureza. Os fundos de crédito terão participação da BNDESPAR de até 50% do capital, com limite de aporte de até R$ 500 milhões por fundo, independente da modalidade.

Fundos - Os fundos de equity são constituídos sob a forma de fundos de investimento em participações (FIPs), que preveem a alocação de recursos em valores mobiliários representativos de participação no capital social das sociedades investidas (ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis em ações e etc). Já os fundos de crédito preveem a alocação de recursos em títulos de crédito ou outros direitos creditórios (como fundos de investimento em direitos creditórios, os FIDCs, as cadeias produtivas do agronegócio, os FIAGROs, e outros).

O apoio do BNDES por meio de fundos amplia o acesso das empresas ao capital e crédito de longo prazo, estimula melhorias de gestão e dinamiza o mercado de capitais. Além de compartilhar riscos entre diferentes agentes econômicos, essa atuação multiplica o impacto dos investimentos. Atualmente, o capital comprometido do Banco em fundos de participação e crédito soma cerca de R$ 8,4 bilhões, que, somados a recursos de outros investidores, alcançam aproximadamente R$ 36 bilhões, o que resulta em uma alavancagem de 3x capital comprometido.

Foto: André Telles/BNDES

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