BNDES participa de 2º Fórum Regional sobre Proteção Integrada de Fronteiras
Presidente do BNDES ressaltou importância do fomento da economia para ajudar a combater a criminalidade
Desde 2023, banco já aprovou, no Paraná, R$ 48,2 bilhões em operações de crédito
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, conduziu nesta quarta-feira, 27, a palestra de abertura do 2º Fórum Regional sobre Proteção Integrada de Fronteiras no arco Sul-Sudeste. O evento, promovido pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), foi realizado em Foz do Iguaçu (PR). Durante o encontro, Mercadante defendeu o fomento da economia, a maior integração entre os países do Mercosul e a implantação de uma "fronteira tecnológica" para reduzir a criminalidade na região.
Mercadante: desenvolvimento para enfrentar a violência na fronteira
Foto: Creison Oliveira/BNDES
“Precisamos fomentar a economia da fronteira”, propôs. “É o que vai ajudar a diminuir a criminalidade, abrir novas oportunidades para que não haja espaço para o avanço das organizações criminosas. O combate à criminalidade a gente faz com serviços de segurança, que são indispensáveis, e com desenvolvimento. E esse é o papel do BNDES”.
Desde 2023, o BNDES aprovou R$ 48,2 bilhões em operações de crédito no Paraná. “Volume superior ao aprovado nos quatro anos do governo anterior”, frisou Mercadante. Entre os investimentos recentes no estado, estão o financiamento de R$ 6,4 bilhões para a concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável por 605 quilômetros de rodovias que conectam o Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro do Estado do Paraná. Neste ano, o banco também financiou empreendimentos para aumentar a capacidade de armazenagem de grãos e a produção de etanol de milho no estado.
“Queremos discutir com os órgãos que fazem parte da política de proteção das fronteiras como a gente pode financiar mais indústrias, trazer mais investimentos, reforçar o turismo, pensar projetos de investimentos estruturantes para a fronteira”, disse. “Mais opções de desenvolvimento vão significar menos criminalidade”.
Para Mercadante, uma fronteira segura precisa ser uma “fronteira inteligente”. “Precisamos investir em inteligência estratégica e em equipamentos de inteligência e de monitoramento, modernizar a estrutura e a capacidade do Estado para combater o crime”, afirmou. Ele citou o investimento de R$ 318 milhões feito pelo Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES, no Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas). Entre as ações realizadas, estão a criação de um Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), que amplia a capacidade de inteligência e fiscalização na região.
Mercadante citou o investimento do BNDES nas rotas de integração regional entre o Atlântico e o Pacífico, que vão aumentar a competividade na América do Sul. Juntos com outros bancos parceiros, há previsão de investimento de US$ 10 bilhões nessas rotas.
Mercadante também defendeu a importância do Mercosul e do comércio no bloco econômico. “Temos um potencial na América do Sul muito grande e precisamos integrar as cadeias produtivas e agrícolas, além de parcerias nas áreas acadêmica e científica, em setores essenciais da vida. Temos que desenhar bons projetos e buscar bons parceiros. O BNDES veio aqui para ficar”, finalizou.
Em sua fala, o ministro-chefe do GSI, Marcos Amaro, destacou a relevância do evento, que promoverá o debate entre governo e sociedade civil, do Brasil e dos países vizinhos, na elaboração da Estratégia Nacional de Fronteiras. “Esta política tem uma nova visão, mais abrangente, não apenas focada em segurança, mas também em outras áreas”, explicou. “Ao longo dos próximos dois dias, valorizaremos a experiência e o conhecimento de especialistas locais, gestores e representantes da sociedade, buscando compreender a realidade sob a perspectiva de quem vive e atua nas áreas de fronteira do país”.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, enfatizou a importância de integração entre os órgãos de atuação na fronteira. “A segurança das nossas fronteiras é um permanente desafio, tanto de militares quanto de agentes de segurança que atuam nessa sensível região”, avaliou. “Necessitamos de integração entre órgãos institucionais e agências, a fim de mitigar os efeitos da limitada cooperação internacional e da limitação de meios pessoais, pessoal e recursos financeiros. O governo federal faz a sua parte e a união de esforços faz a diferença”.
Marcos Amaro, ministro-chefe do GSI, entrega placa ao presidente do BNDES, Aloizio Mercadante
Foto: Creison Oliveira/BNDES