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Blog do Desenvolvimento

05:00 10/02/2021

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Infraestrutura portuária no Brasil: método para avaliação de investimentos

O Brasil enfrenta uma crise econômica desde 2018 que afeta os investimentos em infraestrutura. Ela impacta diretamente na continuidade dos gastos em construção e manutenção que projetos portuários requerem.

 

Os portos representam um tipo de infraestrutura fundamental para a economia brasileira, já que respondem pelo escoamento de mais de 90% do comércio exterior, segundo dados de 2019 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O desenvolvimento tecnológico no transporte de contêineres e os aprimoramentos no transporte global contribuem ainda para um aumento na demanda portuária (ALDERTON, 1999; NOTTEBOOM; RODRIGUE, 2009). 

 

Com a entrada em operação de navios de grande porte – na casa de 20.000 TEU (do inglês twenty-foot equivalent unit) –, espera-se que navios atualmente em uso nas principais rotas mundiais (EUA-Asia e Europa-Extremo Oriente), com capacidades de 12.000 TEU a 15.000 TEU, sejam deslocados para rotas que atendem aos portos brasileiros.

 

Como esses navios exigem canais de acesso de pelo menos 14 metros de profundidade, atualmente apenas os portos de Itaguaí (RJ), Suape (PE) e Pecém (CE) – que respondem por aproximadamente 15% da carga conteinerizada movimentada nos portos brasileiros – teriam condições de recebê-los (GRANTHAM, 2017). A situação exemplifica a necessidade de investimentos na melhoria da infraestrutura portuária do país

 

Incertezas que afetam os investimentos no setor portuário

 

Os projetos de infraestrutura portuária têm como característica longos prazos de maturação e elevados investimentos financeiros, além de serem diretamente atingidos por incertezas que impactam sua viabilidade econômica.

 

Mudanças políticas, tecnológicas ou socioeconômicas podem afetar o equilíbrio financeiro do projeto ao longo de sua vida, assim como incertezas operacionais e ambientais podem ocasionar a interrupção dos serviços portuários.

 

É fato, entretanto, que os investimentos em infraestrutura portuária podem gerar bons resultados para a economia. A conexão com outros modais de transporte, a possibilidade de ampliação do comércio exterior e o estímulo ao desenvolvimento das comunidades do entorno são exemplos de ganhos econômicos e sociais que incentivam esses investimentos.

 

Avaliação do investimento em portos

 

Considerando todas as incertezas citadas, a avaliação de investimentos no setor deve captar as flexibilidades gerenciais que agregam valor aos empreendimentos portuários.

 

O artigo Avaliação de flexibilidades em infraestrutura portuária: uma abordagem por opções reais, publicado na Revista do BNDES 53, apresenta uma contribuição a esse problema, com a aplicação de um modelo baseado na tomada de decisão para a expansão de um terminal portuário de contêineres brasileiro.  

           

Buscando atração de capital para o setor portuário, apesar do cenário de incertezas, o artigo propõe a adoção da Teoria de Opções Reais (TOR) como método de tomada de decisão de expansão, abandono e adiamento de investimentos em terminais portuários no Brasil.

 

Já utilizado no Brasil em projetos de infraestrutura de rodovias, aeroportos e metrô, o método TOR tem como principal contribuição incorporar a modelagem de incertezas e flexibilidades aos métodos tradicionais de viabilidade baseados no Fluxo de Caixa Descontado (FCD).

 

Partindo da avaliação tradicional por FCD, do qual se obtém o valor esperado do projeto, a abordagem agrega uma segunda etapa de modelagem matemática do comportamento das incertezas presentes no projeto e uma terceira etapa que busca reconhecer as flexibilidades de decisão, disponíveis para os gestores do projeto.  

 

Assim, é possível incorporar flexibilidades gerenciais aos contratos que ampliam as possibilidades de tomar diferentes e melhores decisões, à medida que novas informações são reveladas.

 

Este texto é baseado no artigo Avaliação de flexibilidades em infraestrutura portuária: uma abordagem por opções reais, dos autores Ana Carolina Velloso Assis e Rafael Igrejas da Silva, publicado na Revista do BNDES 53.

 

Leia o artigo completo

 

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