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BNDES - Agência de Notícias

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Blog do Desenvolvimento

Indicadores financeiros de rentabilidade e eficiência de bancos de desenvolvimento

Do século XIX até os dias de hoje, bancos de desenvolvimen­to (BD) têm desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de diversos países, provendo recursos para mudanças es­truturais na economia. Essas instituições atuam por meio da operação de diversos instrumentos financeiros e soluções em diferentes segmentos e setores. Sua relevância para o financiamento de longo prazo das economias é evidente nas análises dos sistemas financeiros de diversos países (ALÉM; MADEIRA, 2015).

 

Com o intuito de analisar a estrutura e os resultados econômico-financeiros de alguns dos principais BDs atuais, compara-se a seguir a evolução de indicado­res de rentabilidade e eficiência do BNDES e de outras quatro instituições internacionais, no período de 2017 a 2021. A comparação é feita com base em dados extraídos dos rela­tórios anuais do KfW Bankengruppe (KfW), da Alemanha; do China Development Bank (CDB), da China; do Korea Development Bank (KDB), da Coreia do Sul; e do Banque Publique D’Investissement (Bpifrance), da França.

 

Principais indicadores financeiros e trajetória dos BDs no período de 2017 a 2021

 

Rentabilidade

Os indicadores de rentabilidade mostram o grau de eficiência da empresa na utilização de seus ativos e na administração de suas operações. Para medi-la, são usados em geral o retorno sobre o ativo (ROA, de return on asset, em inglês), o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, de return on equity) e o grau de alavancagem financeira (GAF).

 

O ROE (retorno sobre patrimônio líquido) afere o retorno obtido em relação ao capital investido na empresa por seus acionistas. Quanto maior o resultado, melhor para a empresa, pois maior será a relação entre lucro e o capital próprio investido.

 

Para Matarazzo (2008), o objetivo de calcular esse índice é verificar qual foi a taxa de rendimento do patrimônio líquido da empresa.

 

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Como mostra o gráfico acima, o BNDES apresentou a maior rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) entre as instituições no período analisado. Esse indicador registrou leve queda de 2017 para 2018, mas teve crescimento expressivo (+ 19,1 p.p.) de 2018 a 2021. Esse aumento é explicado pelo aumento do lucro líquido em proporção superior ao crescimento do patrimônio líquido médio.

 

Já o ROA (retorno sobre ativo) mede a eficiência global da administração na geração de lucros a partir de seus ativos totais. Para Assaf Neto (2015), calcular o ROA significa encontrar uma taxa de retorno gerado pelas aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos.

 

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O gráfico acima mostra que, a partir de 2018, o BNDES apresentou a maior rentabilidade sobre o ativo, ficando bem acima da média do ROA dos demais bancos analisados de 2019 a 2021.

 

O crescimento tanto do ROA como do ROE do BNDES a partir de 2018 é explicado pelo aumento do lucro líquido nos últimos anos, influenciado pelo maior resultado com alienação de participações societárias.  Fruto de uma estratégia de reciclagem de capital e risco, as vendas de ações realizadas pelo Banco buscaram reduzir a concentração da carteira em empresas maduras, realocar os recursos em atividades mais produtivas e diminuir a exposição a risco de mercado.

 

O grau de alavancagem financeira (GAF) é obtido por meio da relação entre o ROE e o ROA, ou entre o ativo médio e o patrimônio líquido médio.

 

Segundo Assaf Neto (2015), a alavancagem financeira resulta da participação de recursos de terceiros na estrutura de capital da em­presa. Em outras palavras, pode ser definida como a capacidade que os recursos de terceiros têm de elevar os resultados líquidos dos proprietários.

 

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Conforme se observa no gráfico, o BNDES registrou queda pro­gressiva do indicador a partir de 2017, decorrente do crescimento do pa­trimônio líquido médio (200,9% em cinco anos, principalmente pela retenção de maiores lucros nos últimos três anos) associado à redução do ativo total médio em 13% de 2017 a 2021 – explicada, principalmente, pela devolução antecipada de recursos ao Tesouro Nacional.

 

No período analisado, o KfW apresenta o maior grau de alavancagem fi­nanceira da amostra, enquanto o Bpifrance apresenta o menor indicador nos últimos dois anos.

 

Eficiência em custos

A eficiência das instituições em termos de custo pode ser medida pela razão entre as despesas administrativas e o ativo total médio, ou sobre essas despesas e o retorno operacional. Em ambos os casos, quanto menor o resultado da relação mais eficiente é a empresa em termos de custos. Confira a seguir como os BDs desempenharam nesse quesito.

 

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Como mostra o gráfico, o BNDES apresentou um indicador estável de 2017 a 2021, sendo superado em 2021 apenas pelo CDB. O KDB e o KfW apresentaram indicadores no mesmo patamar que o BNDES em 2021. Já o Bpifrance, apresentou o maior indicador durante todo o período analisado.

 

Veja também o comparativo dos resultados financeiros do BNDES e de outros bancos nacionais e internacionais (referente à data base de 30.6.2021)

 

Referências

 

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

 

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