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05:00 08/02/2021

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Open Banking: um ecossistema financeiro mais integrado

O Open Banking – que pode ser traduzido como Sistema Financeiro Aberto – é uma iniciativa de compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de integração de sistemas. Isso significa que, com ele, as instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BCB) passam a compartilhar dados sobre produtos e informações financeiras de seus clientes, utilizando APIs (application programming interfaces) para integrar suas plataformas tecnológicas e bases de dados.  

Partindo da premissa de que o cliente é dono de seus dados, o Open Banking abre a possibilidade de que, com o seu consentimento, os dados coletados por uma instituição financeira possam ser acessados por outras instituições. Essa mudança implica no surgimento de um novo ecossistema financeiro, que integra consumidores, pessoas físicas e jurídicas, desenvolvedores, instituições financeiras tradicionais, novos players, e, inclusive, empresas não regulamentadas pelo Banco Central por meio de parcerias.

 

A implementação do Open Banking no Brasil

 

A abertura do sistema financeiro é uma agenda que vem avançando em diversos países. Ela teve início de forma mais acelerada no Reino Unido, em 2018, com a constatação de que era preciso ampliar a concorrência nos serviços financeiros disponíveis para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs). 

No caso do Brasil, em paralelo ao fluxo crescente de dados digitais, o Open Banking impõe desafios culturais e tecnológicos para todo o segmento financeiro. A iniciativa chega ao país no âmbito de uma série de reformas da chamada Agenda BC#, que tem como principal objetivo orientar as políticas do BCB para a democratização financeira.

Essa agenda está organizada em cinco pilares: inclusão, competitividade, transparência, sustentabilidade e educação financeira. O Open Banking, nesse contexto, teve seu cronograma de implementação previsto em quatro fases, que ampliam gradualmente o nível de compartilhamento de dados.

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Fonte: Elaboração própria a partir da Resolução Conjunta  2, de 27.11.2020.

 

A participação no Open Banking, para compartilhamento de dados, pela regulação brasileira, é obrigatória para instituições financeiras que se enquadram nos Segmentos 1 (S1) e 2 (S2), ou seja, que apresentam porte superior a 1% do PIB brasileiro, o que inclui o BNDES.

Embora para as demais instituições autorizadas pelo BCB essa participação seja facultativa, a opção pelo Open Banking está baseada no princípio da reciprocidade. Isto é, quem deseja ter acesso às informações compartilhadas precisa, em contrapartida, disponibilizar interfaces para compartilhamento de seus dados.

Com o avanço do Open Banking no país, espera-se mais agilidade na entrega de produtos e serviços financeiros aos consumidores, além de aumento da conveniência e da segurança. O surgimento de modelos de negócio mais centrados na figura do cliente, favorecidos por esse processo, deve ampliar também o controle a vida financeira e o acesso a produtos personalizados e a condições financeiras mais vantajosas.

 

Open Banking na perspectiva do BNDES

 

No caso do BNDES, a introdução do Open Banking abre novas possibilidades. As informações obtidas por meio da iniciativa podem auxiliar o Banco a direcionar seus instrumentos financeiros e não financeiros de forma mais assertiva, bem como melhorar e agilizar os processos de concessão de crédito. Permitem, além disso, que o BNDES aperfeiçoe seu modelo de análise de risco de crédito, acelerando etapas de seu processo de classificação de risco. Assim, a iniciativa poderá reduzir, por exemplo, a quantidade de informações e documentos solicitados aos clientes.

A participação do Banco na construção do Open Banking brasileiro, em conjunto com outras instituições financeiras, pode facilitar ainda a identificação de lacunas de crédito e ajudar na própria expansão do mercado de crédito, favorecendo, especialmente o acesso de micro, pequenas e médias empresas.

Para além da atuação do Banco, a abertura de dados via Open Banking estimula a interlocução com outros atores públicos e privados e a construção de parcerias em prol do desenvolvimento e da inclusão das milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao sistema financeiro brasileiro.

 

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